Os investidores estrangeiros deram continuidade ao desmonte de investimentos no mercado brasileiro. Nessa segunda-feira, a Bolsa de Valores de São Paulo (BM&F) amargou mais um dia de queda, recuou 0,59% e fechou a 51.316 pontos, o menor nível desde outubro de 2011. Segundo especialistas, a saída de capital externo pode levar a bolsa a uma queda ainda mais intensa, para algo em torno de 45 mil pontos – caso esse tombo se confirme, seria uma deterioração de 12,31%.
A Bovespa, de acordo com analistas, é sustentada praticamente por investidores estrangeiros. Essa dependência, porém, tem se tornado um problema. Com a melhora da economia norte-americana e a possibilidade de o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) acabar com os estímulos monetários, um volume cada vez maior de dinheiro tem migrado para investimentos norte-americanos, considerados os mais seguros do planeta. Esse movimento se intensificou ainda mais ontem, quando a agência de classificação de risco Standard & Poor’s melhorou a perspectiva de avaliação para o país. Esse cenário teve efeito ainda sobre o dólar, que subiu 0,71%.
A situação da bolsa brasileira ainda foi agravada por dados chineses divulgados no fim de semana. As informações indicam que deve haver uma desaceleração ainda mais intensa do país, que é importante comprador de produtos do Brasil. Diante desse quadro, os papéis da Vale – companhia de maior peso do Ibovespa – foram dos que mais sofreram: as ações ordinárias caíram 1,01% e as preferenciais 1,58%.