A Europa registrou em 2012 mais de cem casos de carregamentos de alimentos e produtos agrícolas brasileiros infectados, com fraudes ou doenças detectadas. Os dados fazem parte do levantamento anual da segurança de alimentos no mercado europeu, o maior do mundo.
Segundo o informe, mais de 8,7 mil notificações de problemas com alimentos foram identificados na Europa durante o ano. Os dados incluem casos de doenças ou problemas também registrados localmente entre os fornecedores.
Entre os exportadores de produtos alimentícios para a Europa, o Brasil aparece na sexta colocação entre os países com maior número de incidentes nos lotes vendidos. Foram 109 casos, ante 94 em 2011. A liderança disparada é da China, com 540 casos, seguido por 338 casos de exportações da Índia e 310 casos da Turquia.
Exportações americanas para a Europa também tiveram maior número de casos que do Brasil. Dentro da Europa, Alemanha e Espanha tiveram número maior de incidentes que as exportações brasileiras, ainda que as autoridades da UE considerem isso normal, já que não podem controlar toda a produção agrícola brasileira.
O que surpreende as autoridades europeias é que importantes exportadores de alimentos ao mercado da UE, como Canadá e Argentina, apresentaram número bem menor de casos. Juntos, os dois países não chegaram a mais de 80 casos.
Problemas
Entre os problemas com alimentos do Brasil está a rejeição da entrada de 34 carregamentos de frango por causa de substâncias proibidas na carne. O bloco também inclui infecção de duas pessoas na Irlanda após terem consumido melancias em fevereiro. A causa teria sido Salmonella.
A UE aumentou a vigilância sobre nozes brasileiras, diante do ocorrência de notificações em relação a problemas de saúde com o produto. Casos de irregularidades ainda foram registrados com a ração. Sementes de algodão teriam níveis elevados de substâncias proibidas na Europa.
Do total de 8,7 mil casos, a UE constatou que 526 eram notificações de emergência e representavam riscos à saúde dos consumidores.Uma delas resultou na morte de 36 pessoas na República Checa. Um caso que também ganhou notoriedade foi a identificação de carne de cavalo em produtos que eram vendidos como carne bovina.