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Estado de Minas

Gás de xisto estimula indústria petroquímica dos EUA


postado em 11/06/2013 18:26

A indústria petroquímica norte-americana desponta com força graças ao auge do gás de xisto, após anos de queda, sacudindo o mercado em todo o mundo e gerando preocupação na Ásia e na Europa. "A questão é muito simples, há muita matéria-prima que precisa ser colocada no mercado", explicou Chuck Carr, um analista especializado em petroquímica da empresa IHS, do Texas, capital deste setor nos Estados Unidos.

O aumento da produção de gás derrubou os preços desde 2009 nos Estados Unidos, enquanto os preços do petróleo dobraram. O baixo preço do gás para usá-lo como combustível ajuda a impulsionar a recuperação da indústria nos Estados Unidos. O gás natural norte-americano é vendido por um terço do preço da Europa e um quinto do da Ásia.

Em 2008, nenhum dos membros do Conselho de Química Norte-americano (ACC, na sigla em inglês) projetava mais investimentos no setor no país. Agora, graças ao auge do gás de xisto, extraído por pressão de rochas profundas, o ACC registra 110 novos projetos de investimento nos Estados Unidos, avaliados em 77 bilhões de dólares.

Nos dois últimos meses foram anunciados 13 projetos. Se tudo der certo, a ACC projeta a criação de 46.000 postos de trabalho diretos, além de 200 mil terceirizados, em um setor que emprega 800 mil pessoas, em comparação com o total de 1,1 milhão de empregados de 1981. "Trabalhei na indústria química durante 20 anos" e a estratégia sempre foi cortar a produção, disse Martha Moore, economista do ACC.

"Agora estamos diante de um renascimento. Os (produtos) químicos estão na vanguarda, mas há um aumento da manufatura nos Estados Unidos", acrescentou. No começo, os perfuradores produziam quase exclusivamente gás metano. Contudo, devido à queda da produtividade, começaram a se dedicar à produção de petróleo de xisto e de gás natural, que contém os elementos mais valorizados pela indústria: butano, propano e especialmente etano.

Depois de uma década, as empresas voltaram a estimular a produção nos Estados Unidos. As fábricas existentes estão trabalhando em plena capacidade, as que tinham sido fechadas voltaram a operar e outras estão ampliando sua capacidade, afirmam representantes da indústria.

Além disso, estão gerando lucros. Um exemplo notável é a gigante norte-americana Lyondell Basell, que passou da quebra em 2009 à receita recorde. Contudo, resta a dúvida se este auge não vai acabar em breve, se o preço do gás subir, especialmente se os Estados Unidos permitirem aos produtores exportar gás e às usinas de eletricidade a gás bloquearem os fornecimentos. "Esta não é nossa projeção", mas a indústria registrou problemas por supercapacidade, disse Walter Hart, analista da IHS.

Entretanto, a produção deve manter sua alta com o aumento da demanda, já que há gás suficiente nas reservas do solo para abastecer o país durante 30 anos. Essas reservas podem ser exploradas com lucro no preço atual (cerca de 4 dólares por milhão de BTU), afirmou Hart. "Cada vez que o preço sobe um pouco, alguém abre uma fonte no país" e aumenta a produção, disse Carr.


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