O Índice de Confiança da Construção (ICST), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), caiu 3,6% no trimestre encerrado em junho deste ano em relação ao mesmo período do ano anterior. No trimestre terminado em maio, a queda foi de 4,3%, também na comparação com igual período do ano passado. Em abril, na mesma base de comparação, a queda foi de 6,6%. Para a FGV, o índice apresentou relativa melhora pelo terceiro mês consecutivo, mas deve ser interpretado "com certa cautela".
"Em primeiro lugar, no segundo trimestre do ano passado, período base de comparação, o ICST havia registrado tendência de queda acentuada. Além disso, analisado na métrica trimestral, o resultado vem sendo beneficiado pelo avanço expressivo pontual de abril passado. Se for considerada a comparação interanual em termos mensais, o ICST teria registrado variação de -2,6% naquele mês, passando a -3,4% em maio e -4,8% em junho", diz a instituição. Por isso, a FGV destaca que o sinal é de um nível de atividade econômica bastante moderado para o setor no segundo trimestre deste ano.
O nível de satisfação com a situação presente da atividade ficou estável. A variação do Índice da Situação Atual (ISA-CST) foi de -7,1% no trimestre findo em maio, para -7,2%, no trimestre até junho. O Índice de Expectativas, na mesma base de comparação, passou de -1,9% para -0,6%. "Na comparação interanual mensal notou-se uma piora mais acentuada da situação atual e estabilidade das expectativas", diz a FGV.
Dos 11 segmentos pesquisados, oito apresentaram melhora, com destaque para Obras para Telecomunicações (de 9,2%, no trimestre findo em maio ante igual período do ano passado, para 13,1% no trimestre findo em junho), Preparação de Terreno (de -7,5% para -5,9%) e Obras de Instalações (de -7,5% para -5,6%).
Segundo divulgou a FGV nesta terça-feira, 25, a queda do ISA em junho foi influenciada pelo quesito situação atual dos negócios. O indicador trimestral interanual do item passou de -8,1%, em maio, para -8,7%, em junho. Das 702 empresas consultadas, 25,5% avaliaram a situação atual como boa no trimestre findo em junho, contra 31,9% no mesmo período de 2012, enquanto 14,7% avaliaram a situação atual como ruim, contra 10,6% em junho de 2012.
Já o responsável pela melhora no Índice de Expectativas foi o quesito demanda prevista para os próximos três meses, que passou de -0,6% no trimestre findo em maio para 0,7% em junho. De acordo com a FGV, a proporção de empresas prevendo aumento na demanda no trimestre findo em junho foi de 35,1%, contra 34,3% no mesmo período em 2012, enquanto a parcela das que esperam redução foi de 5,9%, contra 6,0%, em junho de 2012.