BCE diz que não tem planos de alterar taxas de juros em breve

O Banco Central Europeu não tem intenção de alterar as taxas de juros da zona do euro por enquanto, já que as condições econômicas continuam fracas, disseram o presidente e um dos membros do conselho do BCE nesta terça-feira. "A perspectiva econômica global ainda justifica uma postura acomodativa e uma saída ainda está distante," disse o presidente do BCE, Mario Draghi, em um congresso em Berlim.

No começo do mês, o BCE manteve sua taxa básica de juros inalterada em um mínimo de 0,5%. Benoit Coeure, membro do conselho executivo do BCE, também excluiu, nesta terça-feira, qualquer possibilidade de aumento nas taxas. "Uma reversão não se justificaria por causa das condições econômicas atuais", disse ele.

O crescimento econômico em toda a área deve permanecer fraco este ano e a inflação deve se manter claramente abaixo de 2%. "As várias medidas não-convencionais que foram introduzidas pelo BCE para apoiar a política econômica em alguns segmentos do mercado permanecerão o quanto for necessário e há outras medidas, convencionais e não-convencionais que podem ser tomadas se forem justificadas", disse Coeure.

Na última semana, o presidente Federal Reserve dos EUA, Ben Bernanke sinalizou o possível encerramento do programa de compra de títulos até o final do ano. Draghi, contudo, disse que o programa de compras de títulos do BCE, conhecido como Outright Monetary Transactions (OMT), se tornou mais essencial que nunca. "Por causa das OMT, a zona do euro é um lugar mais estável e flexível para investir do que era há um ano atrás", disse Draghi.

"De fato, as OMT são ainda mais essenciais agora que vemos possíveis mudanças na orientação da política monetária com incertezas em outras jurisdições da economia global integrada", disse ele. Draghi afirmou também que a economia, mergulhada na recessão na zona do euro, poderia se recuperar até o fim deste ano. "Vemos alguns sinais de estabilização, embora algumas incertezas permaneçam. Esperamos que o estímulo monetário e as melhoras nos mercados financeiros sustentem a recuperação ainda este ano".