Em 2011 o comércio registrou receita líquida de R$ 2,1 trilhões, um crescimento de dois dígitos (10,53%) em relação ao ano anterior, mas em ritmo um pouco menor do que os 14,2% verificados na passagem de 2009 para 2010 - que já haviam feito a atividade superar o patamar de antes da crise de 2008. De acordo com a Pesquisa Anual do Comércio, divulgada nesta quarta-feira, 27, o setor empregou 9,8 milhões de pessoas. Se estivesse reunido em um mesmo município, este contingente representaria a segunda mais populosa cidade do País, atrás apenas de São Paulo, que conta em torno de 11 milhões de habitantes. Em relação ao ano anterior, a atividade adicionou 400 mil empregados.
Esses trabalhadores receberam, naquele ano, R$ 130,2 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações. O levantamento foi feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com base numa amostragem de mais de 80 mil estabelecimentos. O instituto estima em 1,571 milhão a quantidade de empresas comerciais.
O IBGE divide a atividade em dois segmentos: varejista e atacadista. A maioria dos estabelecimentos (79,7%) e de pessoas ocupadas (73,6%) está no comércio varejista que segue puxando a receita do setor. Mas é das vendas no atacado que vem a maior parcela da receita operacional líquida (40,8%).
Três segmentos se destacam na atividade varejista: hipermercados e supermercados; combustíveis e lubrificantes; e lojas de departamento, eletrodomésticos e móveis. Juntas, responderam por mais da metade (56%) da receita líquida de revenda total do varejo em 2011 (24,5%, 16,8% e 14,7%, respectivamente). Apesar da elevada contribuição na receita, elas representaram apenas 16 5% do total das empresas do segmento.
No comércio atacadista o destaque foi para as empresas revendedoras de combustíveis e lubrificantes que somaram 1.839 de estabelecimentos (1% do total geral do comércio) e contribuíram com 26% da receita líquida de revenda (R$ 227,6 bilhões).
Entre 2007 e 2011, a atividade comercial apresentou evolução dinâmica com crescimento real médio anual do valor adicionado (10,7%) acima do aumento médio anual do número de pessoas ocupadas (6,5%), Assim, a produtividade do trabalho cresceu 3 9%. O ganho foi maior no varejo, que avançou 6,3% em produtividade no período. Na contramão ficou o comércio de veículos, peças e motocicletas, intenso em mão de obra, que registrou queda de 1,3% na produtividade. Foi o resultado direto da elevação de 5,4% no valor adicionado e de um crescimento ainda maior, de 6,8%, no número de pessoas ocupadas.