Já a licitação para obras na BR-050 e na BR-153, ambas no Triângulo, e na da BR-262, que liga a capital mineira ao Espírito Santo e a Goiás, deveria ter sido publicada em abril. Isso ainda não ocorreu. Trechos dessas cinco rodovias, das quais boa parte não é duplicada, estão em situação precária, o que aumenta o gasto com reparos mecânicos, o que reflete no frete e, claro, no bolso do consumidor. Os gastos “extras” também afetam uma melhor evolução do Produto Interno Bruto (PIB).
“Um pneu de caminhão ou de ônibus, por exemplo, pode custar R$ 1,4 mil. Uma mola sai entre R$ 200 e R$ 2 mil. Ainda há a mão de obra: cerca de 50% desses últimos valores”, alerta Ulisses Martins da Silva, presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas do Estado de Minas Gerais (Setcemg), acrescentando que, de forma geral, as estradas federais que cortam o estado “estão de razoáveis a ruins”.
O último estudo da Confederação Nacional dos Transportes, publicado em 2012, concluiu que 62,7% das vias brasileiras apresentam alguma deficiência. Em 2011, o índice era de 57,4%. Em média, de acordo com o mesmo levantamento, as deficiências na malha aumentam o gasto com transporte em 23% no país. Na Região Sudeste, o percentual é de 19%. Dessa forma, o presidente do Setcemg e muitos empresários do ramo torcem para a rápida concessão das rodovias em Minas. A explicação é a seguinte: o preço do pedágio será mais baixo do que o custo com reparos causados pela má condição da malha.
Já o presidente da Associação Comercial e Industrial de João Monlevade (Acimon), Carlos Augusto Arthuso, defende a ideia de que “o ideal seria o poder público investir e gerenciar melhor o pesado imposto pago pelo brasileiro”. Apenas para lembrar, a carga tributária no Brasil fechou 2012 em R$ 1,59 trilhão. O valor correspondeu a 36,27% do PIB nacional. “Eu acho que a política de privatização de estradas no país é errada”, acrescentou o empresário, dono de duas empresas em seu município.
INVESTIMENTOS De Monlevade a Vitória, a 262 contará com cinco praças de pedágios, cujos preços para veículos de passeio vão oscilar de R$ 7,40 a R$ 9,90 – o valor dependerá da quantidade de quilômetros rodados pelos usuários. A concessionária que administrar o percurso deverá, em contrapartida, investir R$ 2,1 bilhões em obras e R$ 1,7 bilhão em custo operacional (carros de resgate, salas de operação etc.).