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Estado de Minas MELHORIAS PARA O SETOR

Caminhoneiros bloqueiam rodovias de Minas em protestos

Há manifestações na BR-381 e Rodovia Fernão Dias, além da BR-040, em Nova Lima. O movimento é pacífico e visa cobrar do governo soluções de problemas e melhorias para o setor


postado em 01/07/2013 07:04 / atualizado em 01/07/2013 16:43

No quilômetro (km) 513, em Igarapé, a fila de caminhões chega a 5 quilômetros tanto no sentido São Paulo quanto no sentido Espírito Santo(foto: Ramon Lisboa/EM/D.A/Press)
No quilômetro (km) 513, em Igarapé, a fila de caminhões chega a 5 quilômetros tanto no sentido São Paulo quanto no sentido Espírito Santo (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A/Press)

Caminhoneiros fecham rodovias de Minas Gerais nesta segunda-feira em protestos. Desde a madrugada, os trabalhadores aderiram à paralisação marcada para acontecer em todo o país de hoje até quinta-feira. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), na maioria das rodovias, os bloqueios são feitos apenas para o tráfego de caminhões. A passagem de carros de passeio e de ônibus e caminhões com carga perecível e perigosa está liberada.

Na BR-040, altura do KM 603, em Congonhas, Região Central do Estado, motoristas queimam pneus e bloquearam totalmente a passagem de veículos por pouco mais de meia hora. Às 16h35, o transito de carros de passeio já voltava a circular no local.

O trânsito na BR-381 (Fernão Dias), em Igarapé, na Grande BH, está parado na altura do km 513 nos dois sentidos causando grande retenção. A rodovia foi tomada por caminhões por volta das 0h25.

Em Matias Barbosa, na Zona da Mata, os carros de passeio têm que passar pelo acostamento(foto: Thiago Ventura/EM/D.A/Press)
Em Matias Barbosa, na Zona da Mata, os carros de passeio têm que passar pelo acostamento (foto: Thiago Ventura/EM/D.A/Press)
Há retenção ainda do km 590 ao km 589, na região de Carmópolis de Minas, no Centro-Oeste, também devido a manifestações nos dois sentidos.

Na BR-381, em João Monlevade, Região Central do estado, os motoristas estacionaram veículos na estrada perto de um posto de combustíveis no km 359 as 3h. O trânsito para caminhões está interditado nos dois sentidos. Também no km 365, em São Gonçalo do Rio Abaixo, há manifestação de caminhoneiros, além de Antônio Dias, no km 29, também na Região Central.

Por volta das 9h30, os caminhoneiros também ocuparam a BR-040, em Nova Lima, na Grande BH, entre os kms 564 e 560, no sentido Rio. Segundo a PRF, o trânsito está totalmente bloqueado para todos os veículos e há registro de grande congestionamento. O trevo de Realeza, a pista está totalmente fechada por cafeicultores, que reivindicam melhores preços do café.

Nesses pontos, os veículos de passeios são obrigados a passar pelo acostamento. Manifestação ainda na BR-116, Km 406, em Governador Valadares, no Vale do Rio Doce.

Em Manhuaçu, na Zona da Mata, no km 50 da BR-262 o trânsito foi liberado às 16h, informou a PRF pelo twitter.

Reivindicações

De acordo com os organizadores, o movimento é pacífico e visa cobrar do governo soluções de problemas e melhorias para o setor, entre elas a aprovação imediata de projeto de lei que aprimora a Lei 12.619/12 (Lei do Motorista), em discussão no Congresso, além da redução de tributos no óleo diesel e do valor do pedágio para os veículos de carga. O Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Cargas de Minas Gerais (Sinditac), afirmou que as manifestações vão continuar até que haja negociação com o governo do estado.A paralisação é liderada pelo Movimento União Brasil Caminhoneiro (MUBC), que usou a internet para mobilizar a categoria. A intenção, segundo a entidade, é que os caminhoneiros parem de rodar e fiquem em casa nesses três dias, evitando piquetes e bloqueio de estradas, como ocorreu em outras manifestações.

O protesto não tem o aval de todas as entidades que representam a categoria. Em nota, o presidente da União Nacional dos Caminhoneiros (Unicam), José Araújo “China” da Silva, informa que não apoia o movimento. “A chamada paralisação geral dos transportadores de cargas poderá prejudicar o trabalho que vem sendo realizado por aqueles que desejam realmente melhores condições e dignidade em sua atividade”, diz o texto. Um dos organizadores da paralisação, o presidente do MUBC do Paraná, Neori Tigrão Teobet, afirmou, no entanto, que mensagens vindas de várias regiões mostram uma adesão de 50% a 70% dos cerca de 2 milhões de caminhoneiros autônomos em atividade no país.

A Lei 12.619/12, promulgada em abril de 2012, estabelece uma série de regras para os motoristas profissionais de carga e passageiros, como limite de oito horas de jornada, descanso entre jornadas de 11 horas e intervalo na direção de meia hora a cada quatro horas de direção seguidas, além do controle obrigatório de jornada. A proposta de aprimoramento que está sendo discutida no Congresso pela Comissão Especial Parlamentar do Motorista mantém o limite da jornada de oito horas, mas prevê o descanso de meia hora para cada cinco horas e meia rodadas. A proposta será votada na comissão especial amanhã.


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