As mudanças nas regras de pagamento de dividendos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) não representam manobra para engordar o esforço fiscal do governo, informou nesta segunda-feira o Tesouro Nacional. Em nota, o órgão alega que as alterações apenas simplificam o repasse de dividendos do banco de fomento à União, sem efeito na programação financeira do Tesouro.
Decreto publicado em edição extraordinária do Diário Oficial da União na sexta-feira (28) permitiu que o saldo da reserva de lucro para futuro aumento de capital seja usado no cálculo dos dividendos do BNDES. Isso, na prática, amplia os pagamentos do banco ao Tesouro, o que poderia aumentar o superávit primário – economia de recursos para o pagamento dos juros da dívida pública.
Além de ressaltar que os demais bancos federais e as maiores instituições financeiras privadas adotam o mesmo procedimento, o comunicado do Tesouro informou que o órgão mantém a estimativa de receber R$ 24 bilhões em dividendos de estatais neste ano, menos que os R$ 29 bilhões repassados em 2012.
Os dividendos representam parte do lucro que as empresas repassam aos acionistas. No caso das estatais federais, como o Tesouro é o maior acionista dessas empresas, também recebe a maior parte dos dividendos e registra esses recursos como receita primária, ajudando no esforço fiscal do governo.