A balança comercial (diferença entre exportações e importações) registrou déficit de US$ 3 bilhões, no acumulado de janeiro a junho, o pior resultado desde 1995, quando o déficit chegou a US$ 4,225 bilhões. Em 2012, no mesmo período, o saldo comercial teve superávit de US$ 7,061 bilhões.
De janeiro a junho, as importações registraram total recorde de US$ 117,516 bilhões, aumento de 8,4%, pela média diária, em comparação ao mesmo período de 2012. Já as exportações somaram US$ 114,516 bilhões, retração de 0,7% pela média diária em relação a igual período.
De acordo com a secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Tatiana Prazeres, a queda na exportação de petróleo e na importação de derivados de petróleo foram os principais responsáveis pelo resultado negativo.
O déficit dos produtos de petróleo fechou em US$ 11,976 bilhões no primeiro semestre do ano. Em comparação aos mesmos períodos dos anos de 2012 e 2011, o resultado negativo foi superior em 2013. No ano passado, o saldo negativo foi US$ 3,947 bilhões, e em 2011, US$ 1,673 bilhão.
Tatiana Prazeres explicou que a queda na exportação ocorreu por causa da "queda da produção do petróleo no primeiro semestre, com a expectativa de retomada no segundo semestre. Além da queda da produção, há um aumento do consumo interno. Tem-se utilizado [o petróleo] para refino e consumo fazendo com que haja redução da importação de derivados".
De acordo com a secretária, com exceção do petróleo, os demais produtos básicos aumentaram em 10% as exportações, puxados principalmente pelas vendas da soja e do milho.
Apesar do resultado negativo da balança este ano, Tatiana Prazeres está otimista na recuperação. Segundo ela, o resultado do acumulado da balança até junho representa um avanço em relação ao acumulado até maio. Até junho, o saldo teve déficit de US$ 3 bilhões. No entanto, de janeiro a maio de 2013, o resultado negativo chegou a US$ 5,392 bilhões.
"Estamos vendo uma recuperação da nossa balança comercial, caminhando para um superávit [no ano], que é o que esperamos e havíamos antecipado no início do ano", avalia. E acrescenta que há uma "estabilidade das exportações, com a manutenção do patamar elevado dos dois últimos anos de exportações".
No mês de junho, houve superávit de US$ 2,394 bilhões. Segundo a secretária, os responsáveis pelo resultado positivo foram as exportações de plataformas para a extração de petróleo, que no mês passaram de zero para US$ 1,6 bilhão, e do aumento das vendas de automóveis de passageiros, com alta de 96,7%, alcançando US$ 455 milhões.