Brasília - A balança comercial brasileira teve superávit de US$ 2,394 bilhões em junho, entretanto acumula déficit de US$ 3 bilhões no ano, o pior saldo negativo em um primeiro semestre em 18 anos, desde 1995, quando o resultado negativo atingiu US$ 4,2 bilhões. Os dados foram divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Segundo a secretária de Comércio Exterior Tatiana Lacerda Prazeres, o fluxo de comércio de petróleo foi o grande vilão do resultado.
"Ao tirar o petróleo da conta, o desempenho do semestre seria positivo em US$ 8,9 bilhões", explicou. A secretária ressaltou que as exportações de produtos básicos garantiram o superávit no mês, com US$ 10 bilhões do total de US$ 21,2 bilhões exportados pelo país em junho, sendo que milho (186,4%), minério de cobre (57%) e soja (34%) foram os itens que mais se destacaram. "Mas esses produtos estão com os preços em queda no mercado internacional e isso é preocupante", alertou.
As importações somaram US$ 18,8 bilhões em junho. No acumulado, a cifra de US$ 117,516 bilhões é recorde entre janeiro e junho, 8,4% a mais do que em igual período de 2012. Já as exportações somaram US$ 114,516 bilhões no período, queda de 0,7%.
As exportações de petróleo do Brasil caíram 38,9% no ano em relação ao primeiro semestre de 2012. Parte da explicação do MDIC é que houve queda na produção da Petrobras por causa de manutenção de plataformas, que devem voltar a operar no segundo semestre, e também porque a demanda por petróleo pelas refinarias do país aumentou para dar conta do consumo interno. Os números, contudo, revelam que os EUA deixaram de importar petróleo do Brasil e a queda é de quase 60% no primeiro semestre deste ano (58,3%) na comparação com o mesmo período do ano passado.
Manobras
Na avaliação do economista sênior do Espírito Santo Investment Bank (BES), Flavio Serrano, o fluxo de importação de petróleo do Brasil tem impacto no déficit brasileiro. "A importação de petróleo pela Petrobras feita no ano passado foi contabilizada este ano. Mais uma dessas manobras contábeis que o governo gosta de fazer. Isso influenciou os números negativos. Mas pode estar se normalizando agora. Porque surpreende o dado de importações mais fracas em junho", analisou.
Mesmo com a melhora do desempenho nos últimos dois meses, a balança comercial brasileira deve apresentar em 2013 um dos piores resultados dos últimos anos, influenciado também pelo comércio internacional enfraquecido e pela queda no preço das commodities.
O Banco Central reduziu para US$ 7 bilhões a previsão de superávit, menos da metade da projeção anterior de US$ 15 bilhões. Tatiana Prazeres, no entanto, preferiu não comentar as projeções do BC. "Nós não consideramos projeções feitas por outros órgãos. A nossa expectativa continua a mesma de janeiro", disse. Para a economista do Itaú Gabriela Fernandes, o saldo comercial de junho surpreendeu positivamente. "Nossa projeção era de US$ 1,9 bilhões e o consenso de mercado US$ 2 bilhões. A surpresa veio das importações, menores", afirmou.
"Ao tirar o petróleo da conta, o desempenho do semestre seria positivo em US$ 8,9 bilhões", explicou. A secretária ressaltou que as exportações de produtos básicos garantiram o superávit no mês, com US$ 10 bilhões do total de US$ 21,2 bilhões exportados pelo país em junho, sendo que milho (186,4%), minério de cobre (57%) e soja (34%) foram os itens que mais se destacaram. "Mas esses produtos estão com os preços em queda no mercado internacional e isso é preocupante", alertou.
As importações somaram US$ 18,8 bilhões em junho. No acumulado, a cifra de US$ 117,516 bilhões é recorde entre janeiro e junho, 8,4% a mais do que em igual período de 2012. Já as exportações somaram US$ 114,516 bilhões no período, queda de 0,7%.
As exportações de petróleo do Brasil caíram 38,9% no ano em relação ao primeiro semestre de 2012. Parte da explicação do MDIC é que houve queda na produção da Petrobras por causa de manutenção de plataformas, que devem voltar a operar no segundo semestre, e também porque a demanda por petróleo pelas refinarias do país aumentou para dar conta do consumo interno. Os números, contudo, revelam que os EUA deixaram de importar petróleo do Brasil e a queda é de quase 60% no primeiro semestre deste ano (58,3%) na comparação com o mesmo período do ano passado.
Manobras
Na avaliação do economista sênior do Espírito Santo Investment Bank (BES), Flavio Serrano, o fluxo de importação de petróleo do Brasil tem impacto no déficit brasileiro. "A importação de petróleo pela Petrobras feita no ano passado foi contabilizada este ano. Mais uma dessas manobras contábeis que o governo gosta de fazer. Isso influenciou os números negativos. Mas pode estar se normalizando agora. Porque surpreende o dado de importações mais fracas em junho", analisou.
Mesmo com a melhora do desempenho nos últimos dois meses, a balança comercial brasileira deve apresentar em 2013 um dos piores resultados dos últimos anos, influenciado também pelo comércio internacional enfraquecido e pela queda no preço das commodities.
O Banco Central reduziu para US$ 7 bilhões a previsão de superávit, menos da metade da projeção anterior de US$ 15 bilhões. Tatiana Prazeres, no entanto, preferiu não comentar as projeções do BC. "Nós não consideramos projeções feitas por outros órgãos. A nossa expectativa continua a mesma de janeiro", disse. Para a economista do Itaú Gabriela Fernandes, o saldo comercial de junho surpreendeu positivamente. "Nossa projeção era de US$ 1,9 bilhões e o consenso de mercado US$ 2 bilhões. A surpresa veio das importações, menores", afirmou.