Depois da expansão de 2,6% acumulada em março e abril, a produção da indústria brasileira recuou 2% em maio, pior resultado desde fevereiro, quando a atividade fabril encolheu 2,3% no país. O resultado fica abaixo do piso das estimativas do mercado, que apontavam para recuo de 1%.
A queda da manufatura em maio ocorreu de forma generalizada, atingindo 20 dos 27 ramos pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para o economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito, o resultado da indústria nacional em maio confirma a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,1% em 2013.
Em Minas Gerais, a despeito do resultado ruim no país, a expectativa é de que o mês tenha fechado com desempenho superior à média nacional. Isso porque setores importantes da economia mineira como a indústria extrativa mineral não deram sinais de queda expressiva no mercado internacional. Outra âncora que no país empurrou para baixo o resultado da produção, a indústria de alimentos, em Minas aponta resultados melhores, já que a atividade teve impulso de preços em segmentos de peso no estado, como leite e carnes.
No acumulado de janeiro a maio o resultado geral da indústria nacional mostra expansão de 1,7%. Na comparação com maio do ano passado, o avanço é de 1,4%, e em 12 meses, o recuo foi de 0,5%. “Esperamos um resultado melhor para Minas , do que o do país. Não devemos ter uma queda tão forte”, avalia Lincoln Fernandes, presidente do Conselho de Política Econômica e Industrial da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg). Segundo ele, apesar de o volume negociado pela indústria extrativa mineral continuar baixo, ele é firme, assim como os preços. Em Minas, outros setores, como o alimentício e o segmento automotivo, não acenderam a luz vermelha em maio. Segundo Fernandes, o café, com preços em baixa, segue trajetória iniciada antes de maio. Já alimentos importantes como o leite e a carne apresentam melhora de preços.
Apesar do resultado nacional setores da economia mineira estão otimistas em relação ao crescimento da indústria, especialmente no segundo semestre do ano. No Vale da Eletrônica, em Santa Rita do Sapucaí, a demanda de setores como a construção civil e artigos para segurança eletrônica, mantém a estimativa de crescimento em 2013 de 24% frente ao ano anterior. Segundo a Associação Mineira de Supermercados (Amis), o varejo de alimentos também mantém firme a expectativa de ampliação de 4% do faturamento, frente uma estimativa nacional próxima aos 3%. O presidente da Suggar, fabricante mineira de eletrodomésticos, Lúcio Costa, aponta que a combinação de redução de impostos com o programa Minha Casa Melhor, que financia a compra de eletrodomésticos para os integrantes do programa Minha Casa, Minha Vida, mantém a estimativa de crescimento em 20%.