Produtores de café voltaram a tomar nesta segunda-feira o trevo de Realeza, entrocamento das BRs 262 e 116, em Manhuaçu, importante região produtora do Estado. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a rodovia foi totalmente interditada na altura do km 51 entre às 9h e às 16h40, quando parte das vias foram liberadas. Cerca de 300 pessoas participaram do protesto.
O motivo da manifestação são os baixos preços pagos ao produtor e as dificuldades para arcar com os altos custos da produção. Na semana passada, eles queimaram centenas de sacas de café e interromperam o tráfego nas duas estradas. O grupo pede mais medidas do governo para segurar o preço do café.
Insatisfeitos com a definição do Ministério da Fazenda do preço mínimo de R$ 307 por saca de 60 quilos, enquanto o custo médio indicado pela Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) foi de R$ 336,16, os produtores têm vendido o grão de R$ 270 a R$ 300 por saca.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) avaliou as despesas na lavoura em R$ 333,86 na média, em maio, cotação que eles esperavam servir de base para o cálculo. No primeiro semestre, o preço corrente foi de R$ 307,83, de acordo com levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), vinculado à Universidade de São Paulo (USP), representando queda de 24,25% frente ao mesmo período de 2012. Trata-se do menor valor cobrado desde 2009 (R$ 262,86), quando a economia se ressentia dos efeitos da crise financeira mundial. (Com informações de Marta Vieira)