A Força Sindical divulgou na manhã desta segunda-feira, 8, sua agenda preliminar das manifestações que pretende realizar na quinta-feira, 11, quando as centrais sindicais, de forma conjunta, planejam o Dia Nacional de Lutas com Greves e Paralisações. As centrais sindicais decidiram realizar o evento para defender a pauta trabalhista, que inclui o fim do fator previdenciário, a redução da jornada de trabalho, entre outros pleitos históricos do movimentos.
De acordo com a Força, pelo menos sete rodovias que passam pela capital paulista terão trechos interrompidos pelos trabalhadores. Além disso, ao menos três portos - Santos-SP, Paranaguá-PR e Suape-PE -, nos quais a Força representa a maioria dos sindicatos, serão paralisados.
Segundo o presidente do Sindicato dos Estivadores de Santos, São Vicente, Guarujá e Cubatão, Rodnei Oliveira da Silva, cerca de 80% das exportações brasileiras passam pelos portos de São Paulo e Paraná. "Tudo que o Brasil exporta de soja, por exemplo, sai de Santos e Paranaguá." Ele afirmou que há uma estimativa da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) segundo a qual cada dia de paralisação no Porto de Santos faz com que R$ 70 milhões deixem de ser movimentados.
O sindicalista disse ainda que o congestionamento causado pela manifestação dos trabalhadores na quinta-feira deverá fechar parte da Rodovia Anchieta. "Vai ser muito pior do que os congestionamentos que já temos normalmente. Vamos andar pela Avenida Perimetral do porto até a entrada da cidade de Santos." Segundo ele, essa ação fará com que "o carrossel das empresas seja quebrado".
"Com o porto fechado, as empresas terão que mudar sua programação. Normalmente, elas calculam o seu sistema logístico imaginando o funcionamento normal das operações." Para Rodnei, mesmo com os transtornos que serão causados, a ação é importante para a luta dos trabalhadores. "O prejuízo fica com eles (empresas)."
Além da paralisação da próxima quinta-feira, os portos também estarão fechados no dia anterior. O protesto na quarta-feira (10) será contrário à Medida Provisória 595, conhecida como MP dos Portos.
Estradas
O presidente da Força Sindical, deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), conhecido como Paulinho da Força, confirmou atos em pelo menos sete rodovias na quinta-feira: Raposo Tavares, Fernão Dias, Dutra, Anchieta, Mogi-Bertioga, Castelo Branco e Anhanguera.
Na Fernão Dias, a manifestação deve começar na altura de Guarulhos e seguir em direção à Dutra. Haverá concentração de trabalhadores em frente ao Internacional Shopping Guarulhos. Já na Raposo Tavares, o ato se estenderá entre os quilômetros 14 e 18. Na Dutra, além de manifestações próximas à capital paulista, haverá paralisação em trechos próximos a Volta Redonda e a Resende.
Na capital paulista, Paulinho afirmou que o trânsito na cidade "ficará um inferno". Há atos previstos na Marginal do Tietê, na Radial Leste e na Avenida do Estado. No total, a Força Sindical estará à frente de pelo menos 12 pontos de paralisações na cidade. Há ainda uma grande manifestação prevista na Avenida Paulista, ao meio-dia, que reunirá representantes de todas as centrais sindicais.
Outros Estados
A Força Sindical também informou ter a confirmação de manifestações em vários Estados do País. No Rio Grande do Sul, por exemplo, a BR-290, conhecida como Freeway, terá protestos desde as 7 horas. Na capital gaúcha, está prevista a concentração de trabalhadores, às 16 horas, em frente à prefeitura.
Já em Santa Catarina, a BR-101 terá atos nas proximidades de Itajaí, Laguna, Chapecó e Criciúma. Em Florianópolis, a partir das 15 horas, haverá concentração na Praça Tancredo Neves. No Paraná, a BR-277 e a BR-376 deverão ter trechos interrompidos. Em Curitiba, a Praça Rui Barbosa, no centro, terá concentração de trabalhadores às 16 horas. No Rio de Janeiro, o ponto de encontro dos manifestantes será na Cinelândia, às 15 horas.
Em Pernambuco, as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) serão interrompidas e 55 mil funcionários do Complexo Portuário de Suape-Ipojuca não vão trabalhar durante todo o dia. No Rio Grande do Norte, os trabalhadores deverão se concentrar na Avenida Beira-Mar. Já em Manaus, os cerca de cem mil trabalhadores do Parque Industrial deverão cruzar os braços.