Brasília – Depois da onda de manifestações populares que abalaram o governo, novos protestos, desta vez trabalhistas, preocupam o Palácio do Planalto. Na quinta-feira, milhões de profissionais de setores estratégicos, como o metalúrgico, o de petróleo, o de transportes e o serviço público, prometem cruzar os braços em pelo menos 14 estados do país. Os pleitos são diversos: vão desde o fim do fator previdenciário à redução da jornada de 40 horas semanais. Aos menos três portos – Santos (SP) , Paranaguá (PR) e Suape (PE) – devem ter o funcionamento afetado. Além disso, a promessa é de que várias rodovias, sobretudo no estado de São Paulo, tenham o tráfego interrompido.
Em Belo Horizonte o protesto vai reunir categorias do funcionalismo público, municipal e do estado. Participam da manifestação também os estudantes representados por organizações nacionais e regionais, e grupos ligados a diversas bandeiras como ambientalistas, contra a homofobia e pelo imposto justo. A concentração dos manifestantes terá início na Praça Sete. De lá, a intenção é de que o protesto siga em passeata até a prefeitura, marchando depois para a Assembleia Legislativa. Na praça principal do Legislativo, os professores do estado que engrossam o ato vão votar proposta do governo para a categoria. O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Belo Horizonte (Sindibel) vai decidir em plenária na manhã de hoje se irá aderir ao protesto. Os servidores da educação, no entanto, já confirmaram adesão.
Os protestos devem ficar mais intensos no horário do almoço e no fim da tarde, após o expediente. As manifestações não devem seguir um formato único: caberá aos sindicatos estaduais definir como a mobilização será feita. “Não é uma greve geral, é um dia de luta. Os trabalhadores estão sendo chamados. Uns vão parar em determinados momentos do dia, outros vão panfletar na hora do almoço e os que puderem participarão de passeatas”, explicou Lourival Mello, diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Comércio, que reúne 12 mil funcionários.
Em Brasília, a Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef) organiza uma marcha que partirá, às 15h, da Biblioteca Nacional e vai até o Congresso Nacional. O objetivo, segundo o secretário de Comunicação da confederação, Sérgio Ronaldo, é de que a mobilização ocorra também em outros estados no mesmo horário. Além de apoiar a pauta das centrais sindicais, A Condsef, que representa 800 mil servidores públicos, defende a campanha Imposto Justo, que reivindica, entre outras coisas, a correção da tabela do Imposto de Renda.
Diálogo Algumas categorias ainda não definiram se vão suspender o trabalho durante o dia 11, como as agências reguladoras. Por essa razão, segundo o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, não é possível estimar quantas pessoas participarão do ato. Ainda assim, ele garante que milhões de trabalhadores estarão nas ruas em todo o país. Apesar disso não há, segundo Paulinho, como é conhecido, qualquer intenção do Planalto em negociar a pauta. O Palácio do Planalto afirmou que, até o momento, não se preocupa com uma possível greve geral, que se estenda por mais dias e que as acusações do presidente da Força Sindical são infundadas.