Serviços como transporte público, bancos e comércio podem ficar comprometidos nesta quinta-feira em Belo Horizonte, durante o Dia Nacional de Lutas. Profissionais de vários setores prometem cruzar os braços em pelo menos 14 estados do país. Na capital mineira, a concentração começa às 10 horas, na Praça Sete, no Centro de BH. De lá, a intenção é de que o protesto siga em passeata até a prefeitura, marchando depois para a Assembleia Legislativa. Na praça principal do Legislativo, os professores do estado que engrossam o ato vão votar proposta do governo para a categoria. Inicialmente, as paralisações serão de apenas 24 horas.
O Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de BH (STTRBH) informou que vai participar do ato para reivindicar várias questões, entre elas a aposentadoria especial, o fim do fator previdenciário, além da permanência de cobradores em todos os ônibus. No entanto, caberá ao trabalhador parar ou não as atividades. “A participação é facultativa e não faremos piquetes nas portas de garagens, apesar da presença do trabalhador ser muito importante para o movimento”, disse o diretor de comunicação do STTR-BH, Carlos Henrique Marques.
Já os metroviários devem parar por algumas horas, mas ainda não há informações sobre a adesão ao movimento. Uma nova assembleia será realizada às 17h30 de hoje na Estação Central do Metrô para definir os rumos da possível paralisação.
Em relação aos bancos, o Sindicato de BH e Região, ligado a Central Única dos Trabalhadores (CUT), Clotário Cardoso, informou que as agências devem funcionar apenas parcialmente amanhã. O sindicato prevê maior adesão principalmente nas agências do Centro.
No comércio, a situação também não está totalmente definida. Por meio de nota, a Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) informou que os empresários do setor de comércio e serviços da capital mineira são livres para abrirem ou não os seus estabelecimentos. No entanto, a entidade orienta aos lojistas, atenção quanto ao deslocamento dos seus funcionários e caso ocorram depredação ou violência, a recomendação é fechar os estabelecimentos e acionar a polícia.
Reivindicações
O vice-presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) de Minas, Carlos Magno de Freitas, disse que os últimos detalhes do ato serão fechados nesta quarta-feira. Freitas afirmou que haverá uma grande adesão. "Temos feito nossas caravanas a Brasília com uma série de reivindicações que não foram destravadas. Portanto, o momento é agora", disse.
Já aderiram ao Dia Nacional de Luta estudantes, eletricitários, que prometem cruzar os braços, assim como bancários e professores da rede pública. Segundo ele, as manifestações também ocorrerão no interior, com protestos marcados em cidades-polo do Estado, como Juiz de Fora (Zona da Mata), Uberlândia (Triângulo Mineiro) e Varginha (Sul de Minas).
As reivindicações, conforme Freitas, são várias e incluem desde o fim das parcerias público-privadas (PPPs) à não votação do Projeto de Lei 4.330, que amplia a terceirização, ao transporte público de maior qualidade e à reforma política, entre outros itens. A pauta de reivindicações envolve ainda reajuste para os aposentados, redução de juros e mudanças na equipe econômica, além de endossar os pedidos populares de investimentos em saúde e em educação.