A quinta-feira de paralisações em vários setores terá participação parcial dos trabalhadores da construção. Em São Paulo, maior mercado imobiliário do País, está prevista a adesão de operários a uma manifestação na Avenida Paulista e uma na Ponte Octávio Frias de Oliveira, programadas para ocorrer entre 10 e 13 horas, de acordo com o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústria da Construção de São Paulo (Sintracon-SP). No entanto, o número de operários que irá aderir ao movimento é incerto.
O presidente do Sintracon-SP, Antônio de Sousa Ramalho, mais conhecido como "Ramalho da Construção", afirmou que a decisão de dispensar os empregados do expediente ficará por conta das empresas. "Boa parte das construtoras já disse que vai liberar os trabalhadores", afirmou, sem estimar um número preciso de participantes nas manifestações.
Já dentre as empresas e entidades patronais consultadas pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, não houve nenhuma declaração nesse sentido. Os Sindicatos da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP) e das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo (Secovi-SP) não emitiram nenhuma orientação para as construtoras sobre o assunto. A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) também não divulgou nenhum comunicado oficial e se limitou a afirmar, por meio da assessoria, que acompanhará as manifestações pelo País com cautela.
Assim, o expediente desta quinta-feira na capital paulista deverá ter a minoria das obras paralisadas e a maioria em andamento. Nos demais Estados, a situação deve ser semelhante. Dentre as empresas do setor com atuação nacional, as incorporadoras Cyrela Brazil Realty e MRV Engenharia confirmaram que as obras não serão interrompidas. A Eternit, fabricante de telhas e outros materiais de construção, também manterá as operações. O principal empecilho para o andamento das obras nesta quinta deverá ser o trânsito lento nas capitais por causa do bloqueio de ruas e rodovias por manifestações, restringindo o acesso aos canteiros pelos trabalhadores e fornecedores de máquinas e insumos.
As manifestações não têm uma reivindicação específica dos trabalhadores da construção. De acordo com "Ramalho da Construção", as bandeiras são as mesmas das centrais sindicais nacionais, que defendem o fim do fator previdenciário, a redução da jornada de trabalho e mais investimentos para a Saúde e Educação, entre outros pontos.