A decisão de aumentar a taxa básica de juros de 8,00% ao ano para 8,50% na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) vai contribuir para colocar a inflação em declínio e assegurar que essa tendência persista no próximo ano. A avaliação consta da ata divulgada nesta quinta-feira, 18, pelo Banco Central. "O Copom entende ser apropriada a continuidade do ritmo de ajuste das condições monetárias ora em curso", salientou o documento.
A ata lembra que a decisão foi unânime, tendo sido votada pelo presidente Alexandre Tombini, e pelos diretores Aldo Luiz Mendes Altamir Lopes, Anthero de Moraes Meirelles, Carlos Hamilton Vasconcelos Araújo, Luiz Awazu Pereira da Silva, Luiz Edson Feltrim e Sidnei Corrêa Marques.
O Copom ponderou na ata que o nível elevado de inflação e a dispersão de aumentos de preços contribuem para que a inflação mostre resistência. "Nesse contexto, inserem-se também os mecanismos formais e informais de indexação e a piora na percepção dos agentes econômicos sobre a própria dinâmica da inflação", trouxe o documento.
A persistência desse processo, de acordo com a ata, causaria danos à tomada de decisões sobre consumo e investimentos. "Na visão do Comitê, faz-se necessário que, com a devida tempestividade, o mesmo seja revertido".
Inflação em 2014
A ata traz que no cenário de referência, que leva em consideração a manutenção do comportamento das variáveis, a projeção para a inflação em 2014 aumentou em relação ao valor considerado na reunião do Copom de maio. Dessa forma, a taxa prevista pelo colegiado segue acima do centro da meta de 4,5% para o próximo ano.
O documento revela também que, nos demais casos, houve estabilidade das projeções em relação à ata divulgada em junho, depois da reunião de maio. Para 2014, houve estabilidade da estimativa para o IPCA no cenário de mercado, que leva em conta as trajetórias de câmbio e de juros coletadas com analistas de mercado, nas vésperas da reunião do Copom. Assim, a taxa também segue acima do centro da meta.
A projeção para a inflação de 2013 também não se alterou ante maio, segundo a ata, e, portanto, permanece acima da meta de 4 5% fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). No cenário de mercado também deste ano, a projeção de inflação para 2013 manteve-se estável em relação ao valor considerado na reunião de maio e segue também maior do que o centro da meta.