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Estado de Minas

Hotéis correm para abrir as portas antes da Copa do Mundo

Oferta de leitos em BH, além de se qualificar, deve crescer mais de 90%


postado em 19/07/2013 06:00 / atualizado em 19/07/2013 07:40

O cinco estrelas Golden Tulip começou a receber o vidro da fachada e deve ficar pronto até setembro(foto: BETO MAGALHÃES/EM/D.A PRESS)
O cinco estrelas Golden Tulip começou a receber o vidro da fachada e deve ficar pronto até setembro (foto: BETO MAGALHÃES/EM/D.A PRESS)
A corrida hoteleira rumo à Copa do Mundo está em fase final. Os empreendimentos têm até junho do próximo ano para concluir as obras. Caso contrário, perdem o benefício de aproveitamento de terreno da Lei 9.952/2010, sancionada pela Prefeitura de Belo Horizonte. Até agora, do total de 52 empresas que receberam alvará para fazer os hotéis, quatro já inauguraram os empreendimentos e 39 estão com obras em andamento, previstas para serem concluídas até a Copa do Mundo, segundo dados da Secretaria Municipal Extraordinária da Copa do Mundo (Smcopa).


Na região do Bulevar Arrudas, o cinco estrelas Golden Tulip já está em fase de acabamento. A obra, que promete mudar a cara da região central de Belo Horizonte, está prevista para terminar em setembro e a inauguração deve acontecer em outubro. Na avaliação de Rogério Gianetti, diretor de engenharia da Pacific Realty, uma das empreendedoras do hotel, junto com a RFM, a capital é carente em empreendimentos desse tipo. “A rede hoteleira vem recebendo investimentos exatamente para conseguir suprir a demanda atual e se preparar para receber eventos internacionais. Para o público interessado em serviços de alto padrão, a oferta ainda é pouca”, afirma.

O Golden Tulip contou com desembolsos de R$ 200 milhões e tem cerca de 30 andares, totalizando 40 mil metros quadrados. A taxa de ocupação média prevista é de 70%, afirma Gianetti. O valor da diária, diz, deve girar em torno de R$ 450. São 405 quartos de aproximadamente 40 metros quadrados cada, além de quatro suítes presidenciais, de aproximadamente 90 metros quadrados, e uma suíte real, de 230 metros quadrados.

Antes da instauração da legislação municipal que favorece empreendimentos hoteleiros, Belo Horizonte contava com 107 meios de hospedagem, totalizando 17,92 mil leitos. Para a Copa do Mundo, a expectativa é de que a cidade tenha 150 hotéis e 31,24 mil leitos, quase o dobro do volume atual. Durante a Copa das Confederações, quatro hotéis recém-inaugurados tiveram a chance de fazer o teste de serviços e não reclamam da taxa de ocupação. O risco de ociosidade é, inclusive, descartado pelo secretário municipal extraordinário para a Copa do Mundo, Camillo Fraga. “Temos hoje demanda maior do que a oferta em Belo Horizonte, que está carente de leito de hotel”, afirma Fraga.

Ele ressalta o fato de que os investimentos realizados na rede hoteleira da capital foram privados. “O investidor só aplica o dinheiro porque tem grande expectativa de retorno. Ele não toma decisão em função de uma Copa do Mundo ou qualquer evento de um mês só. O capital aplicado em rede hoteleira é para retorno de médio prazo”, enfatiza o secretário.

Em setembro, outro empreendimento fica pronto: o Quality Pampulha, na Avenida Antônio Carlos, na vizinhança do Mineirão. A obra, da construtora Concreto Empreendimentos, contou com R$ 50 milhões de investimento e vai ter 176 apartamentos. O valor da diária deve girar em torno de R$ 300 a R$ 350. “É importante ressaltar que não estamos construindo hotel para a Copa do Mundo. A cidade precisa de empreendimentos de alto luxo, independentemente de Mundial de futebol”, diz Miguel Safar, diretor-presidente da Concreto Empreendimentos.

Alto luxo

O coração do Bairro de Lourdes vai ganhar até julho do próximo ano um hotel que foge às características tradicionais e vai além de um empreendimento de padrão cinco estrelas. A Concreto está construindo na região um hotel butique, que tem poucos apartamentos, ênfase maior nos elementos de arte, interatividade e tratamento personalizado. O hotel vai ser erguido a um quarteirão da Praça Marília de Dirceu, na esquina das ruas São Paulo e Antônio Aleixo, com investimento médio de R$ 30 milhões.

O hotel butique vai contar com 90 apartamentos e oferecer serviços como cabeleireiros, manicures, massagens e secretárias para fazer compras e visitar museus com os hóspedes. Safar afirma que o modelo do hotel foi inspirado no Emiliano, de São Paulo, e no Fasano, que tem unidades no Rio de Janeiro e também na capital paulista. Entre os diferenciais para a clientela do Emiliano estão a decoração personalizada em cada apartamento, cadeiras Charles Eames (expostas no MoMa, de Nova York), sofá de couro italiano e suítes com banheira de ferro forjado em estilo inglês.

Aprovados no teste

A Copa das Confederações serviu como ensaio para quatro redes hoteleiras recém-inauguradas: a Ibis Savassi, a Bristol Jaraguá Hotel, a Ímpar Suítes Cidade Nova e a San Diego Pampulha. Esta abriu as portas em junho, na véspera do mundial, na orla da Lagoa da Pampulha. “Foi uma experiência para os serviços, equipamentos, equipe de profissionais, fornecedores e restaurantes. Passamos no teste”, afirma Rodrigo Mangerotti Soares, superintendente do San Diego.

O hotel conta com 170 apartamentos e 90 já estão em funcionamento. O restante vai ser aberto em setembro. Na semifinal entre Brasil e Uruguai, a ocupação foi de 100%. “O valor da diária média durante o Mundial é maior. Além disso, abrimos a janela de oportunidade para que um novo público conheça o hotel”, diz Soares.

Já no Ímpar Suítes Cidade Nova, a estratégia vai ser diferente na Copa. “Vamos priorizar os períodos longos de reserva durante a Copa do Mundo”, diz Pablo Ramos, diretor do Ímpar Hotéis, que detém o Ímpar Suítes. A semifinal entre Brasil e Uruguai, por exemplo, afirma Pablo, caiu numa quarta-feira. “Com isso, muita gente que iria se hospedar pela segunda, terça e quarta-feira com a gente não pôde, porque a quarta já estava cheia. Com isso, a média de ocupação da semana cai um pouco, pois as empresas que estão acostumadas a frequentar os hotéis de Belo Horizonte não vieram em função dos jogos”, observa Ramos. Segundo ele, cerca de 85% do público do hotel é corporativo.

O Hotel Bristol Jaraguá foi inaugurado em maio de 2012, fica praticamente ao lado do Mineirão e tem hoje taxa de ocupação média de 70%. No total, são 70 quartos e o preço médio da diária é R$ 260. Durante a Copa das Confederações, houve aumento de 30% nos negócios, na comparação com o mesmo período do ano passado. “Serviu como ensaio para entender como vai ser a demanda na Copa. A procura é maior nos dias de jogo mesmo. No resto, fica mais tranquilo. O público de negócios não costuma viajar no período dos jogos”, afirma Rodrigo Hespanhol, gerente de vendas da rede Bristol.

Inaugurado em junho de 2011, o Ibis Savassi contou com taxa de ocupação de 89% no período entre a véspera do primeiro jogo da Copa das Confederações (16 de junho) até o dia seguinte ao último jogo em Belo Horizonte (dia 27). O hotel tem 208 apartamentos e a frequência maior é de profissionais autônomos e empresas em geral, durante a semana, e de público de lazer nos fins de semana. (GC)


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