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Estado de Minas

Governo pode abandonar a meta de superavit de 2,3% do PIB

A decisão está com a própria Dilma, que pode bater o martelo ainda no fim de semana. Para alcançar o resultado prometido, o mercado estima que seria necessário um corte adicional de R$ 29 bilhões


postado em 20/07/2013 08:22

Sem espaço para um arrocho fiscal que garanta a promessa do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de um superavit de 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB), a presidente Dilma Rousseff pode jogar o subordinado aos leões. O Palácio do Planalto, diante das poucas opções de corte no Orçamento, estaria disposto a abandonar a meta e se agarrar ao discurso de que os gastos públicos são necessários para salvar o crescimento do país. A decisão está com a própria Dilma, que pode bater o martelo ainda no fim de semana. Para alcançar o resultado prometido, o mercado estima que seria necessário um corte adicional de R$ 29 bilhões.

Nos bastidores, integrantes do governo não conseguem se entender quanto ao tamanho do aperto. O Ministério do Planejamento e a Casa Civil seriam os defensores de uma economia menor, ao redor de R$ 5 bilhões, ou até mesmo um corte zero. Em contraponto, o Ministério da Fazenda quer um valor maior, próximo de R$ 12 bilhões. O mercado, em meio a esses dilemas da equipe econômica, está descrente. “Anunciar corte, qualquer um faz, o problema é cumprir. O mercado só vai acreditar se o Orçamento for executado”, disse Alexandre Póvoa, economista-chefe da Canepa Asset.

A dificuldade do governo é grande para encontrar o tamanho do corte, tanto que ontem o ministro da Fazenda passou o dia reunido com a presidente Dilma. O encontro estava previsto para começar às 9h e, inicialmente, deveria acabar antes das 11h30, porque a presidente tinha compromisso nesse horário com o ministro Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal. Às 9h30, entretanto, a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, foi incorporada à reunião e iniciou-se um debate mais intenso sobre o Orçamento. Dilma não saiu do gabinete nem sequer para almoçar. O debate mudava de sala, enquanto Dilma dava continuidade a sua agenda.


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