A ampliação das receitas comerciais é um plano comum às concessionárias que administram os aeroportos de Guarulhos, Brasília e Viracopos, leiloados no ano passado. As empresas evitam falar em alta de preços e dizem que pretendem ganhar mais com a ampliação dos espaços comerciais e com o aumento das vendas.
A lógica dos administradores privados é transformar o aeroporto em um shopping center e, com isso, recuperar os investimentos bilionários feitos para receber a concessão. Juntos, os leilões dos aeroportos de Brasília, Guarulhos e Viracopos somaram R$ 24,5 bilhões.
Sem o fardo de ter de negociar como uma estatal, as concessionárias estão dispensadas de licitações e partem para uma negociação direta com os varejistas. Todas disseram que buscam marcas fortes, deixando cada vez mais de lado a figura da lojinha desconhecida do aeroporto.
A GRU Airport vai abrir 100 lojas no terceiro terminal do aeroporto de Guarulhos, que será inaugurado no primeiro semestre do ano que vem. Os terminais 1 e 2 serão reformados após a Copa do Mundo e sua estrutura será adaptada para receber mais espaços comerciais. A concessionária está em conversas com varejistas para ocupar essas lojas. “Nossa intenção não é elevar preços. É trazer marcas conhecidas e que tenham condições de faturar mais”, disse o diretor comercial da GRU Airport, Fernando Sellos.
A Inframérica, que administra o aeroporto de Brasília, pretende elevar o peso das receitas comerciais de 35% do faturamento do aeroporto para 60%, segundo o disse o diretor comercial da empresa, Daniel Ketchbachian. Hoje a média de gastos dos passageiros no aeroporto é de R$ 6, valor que a Inframerica quer triplicar até 2015.
A Aeroportos Brasil Viracopos, que administra o aeroporto de Campinas, está definindo o mix de lojas e o layout do novo terminal de passageiros pensando em facilitar as compras por impulso. “Hoje temos pouca opção na área de embarque, que é onde o passageiro tem mais tempo disponível”, disse o diretor comercial da concessionária, Aluizio Margarido.