O aumento da inflação e o acesso facilitado ao crédito fizeram crescer o descontrole financeiro do consumidor belo-horizontino. Levantamento da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL-BH) divulgado nesta quarta-feira mostra que a inadimplência na capital subiu 5,32% nos primeiros seis meses do ano. “Com a elevação do custo de vida, os consumidores tiveram mais dificuldades em organizar suas finanças e quitar suas dívidas”, afirmou a economista da CDL/BH, Iracy Pimenta.
O número de registros no SPC da CDL/BH também apresentou crescimento em outras bases de comparação. Em junho o aumento foi de 1,07%, em relação a março. Na comparação com junho de 2012, a alta foi de 1,6%. “Isto só demonstra o efeito corrosivo da inflação no controle financeiro das famílias brasileiras”, explicou Iracy.
Em junho, as mulheres lideraram a inadimplência com 57,11% dos registros no SPC da CDL/BH. O sexo masculino foi responsável por 42,89%. A maior incidência de registros (25,72%) foi originada por consumidores com idade entre 30 e 39 anos. A minoria (7,13%) concentrou-se na faixa etária acima de 65 anos. Em seguida estão: os consumidores com idade de 40 a 49 anos (19,32%), de 18 a 24 anos (18,03%), de 50 a 64 anos (16,55%) e de 25 a 29 anos (13,2%).
A maior concentração de inadimplentes (58,7%) registrou-se nas dívidas acima de R$ 250. Para a economista da CDL/BH, isto é reflexo das políticas de estímulo ao consumo. "Com o acesso facilitado ao crédito, muitas famílias acabaram comprometendo seus rendimentos”, explicou.
Cancelamentos O número de cancelamento de registros, que ocorre quando as pessoas regularizam seus débitos junto ao SPC da CDL/BH caiu 2,4% em junho na comparação com maio. Na comparação com junho de 2012 houve queda de 1,36%. No acumulado do ano, o aumento foi de 4,66%. “Embora os números de cancelamentos tenham reduzido em duas bases de comparação, no acumulado do ano este índice tem se mantido positivo, sustentado pela melhoria de renda dos trabalhadores e a baixa taxa de desemprego”, ponderou Iracy.
Em junho, a maioria dos cancelamentos de registros (52,1%) foi realizada pelos homens. As mulheres foram responsáveis por 47,9%. Por faixa etária, a maioria dos cancelamentos (25,68%) foi efetuada por consumidores com idade entre 30 e 39 anos e a minoria (9,32%) com idade de 18 a 24 anos. Em seguida estão os consumidores com idade de 40 a 49 anos (21,61%), 50 e 64 anos (20,71%), acima de 65 anos (12,37%), e os de 25 a 29 anos (10,31%).
No mês de junho, a maior parte dos consumidores (23,15%) ficaram inadimplentes por até 13 dias. Em seguida estão: consumidores que ficaram inadimplentes por até 30 dias (17,23%), até dois anos (15,33%), até um ano (14,59%), até 60 dias (11,92%), até 180 dias (7,35%), até 90 dias (6,13%), até cinco anos (1,93%), até três anos (1,85%), até quatro anos (0,49%), e 0,02% das dívidas prescreveram.