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Estado de Minas

Economista vê reversão de ciclo na alta do desemprego


postado em 24/07/2013 15:25 / atualizado em 24/07/2013 19:00

O pequeno aumento da taxa de desemprego em junho, de 0,2 ponto porcentual, para 6% em relação a maio, quando o indicador fechou em 5,8%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra o começo de um cenário de reversão de ciclo. A avaliação é da economista, sócia da Gibraltar Consulting.


"O mercado de trabalho tem seus ciclos e a reversão deste ciclo só não se deu no ano passado porque as empresas represaram as demissões na expectativa de que a economia fosse melhorar", disse a economista. Ela preferiu não fazer uma estimativa para a taxa de desemprego no fim deste ano, sob a alegação de que há fatores que traz ruídos para as projeções. "Com as famílias endividadas e a inflação corroendo o poder de compra do chefe, outros membros da família começam a procurar emprego, o que altera a taxa de participação no mercado de trabalho", disse Zeina.

A sócia da Gibraltar Consulting afirmou que este indicador tende a enfraquecer o último pilar político para a reeleição da presidente da República, Dilma Rousseff. "O desemprego enfraquece, sem dúvida", afirmou a economista, para quem a percepção de que o mercado de trabalho está se deteriorando se soma à piora da avaliação da presidente Dilma.

Por outro lado, de acordo com a economista, o aumento da taxa de desemprego é positiva do ponto de vista macroeconômico, se for visto como um fator que ajudará o Banco Central (BC) na condução da política monetária com vistas ao controle da inflação.

Questionada se o processo de concessões para obras de infraestrutura de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos não ajudariam a reverter o ciclo de aumento de desemprego que começa a se apresentar, Zeina disse que sim, mas apenas numa segunda fase. Ou seja, apenas quando as obras começarem a impactar o setor de serviços, que é o que mais absorve mão de obra.

Demissões
Para o economista-chefe da Western Asset, Adauto Lima, a alta da taxa de desemprego se deveu mais à "acomodação" das contratações do que ao aumento de demissões. Segundo ele, no entanto, dada a forte deterioração das expectativas em relação à economia brasileira, não se pode descartar o início de um processo de demissões. "Isso deve ocorrer mais para o quarto trimestre do que agora", afirmou. "Com a queda generalizada de confiança na economia, as empresas postergam decisões de investimentos e, consequentemente, de contratações." O economista destacou, porém, que a taxa de desemprego continua baixa e o mercado de trabalho deve continuar pressionando a inflação.


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