O valor máximo de imóveis para financiamento dentro das regras do Sistema Financeiro da Habitação (SFH) - que permite ao consumidor o uso de recursos do FGTS e o pagamento de juros menores - deve ser expandido de R$ 500 mil para R$ 750 mil ainda neste ano, de acordo a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).
A proposta foi encaminhada meses atrás e segue em análise pelo Banco Central e Ministério da Fazenda. "A última vez que esse valor subiu foi em 2009. "Se fôssemos corrigir só pela inflação, esse valor teria chegado a R$ 650 mil", afirmou o presidente da Abecip, Octávio de Lazari Junior, lembrando que o preço dos imóveis acumula altas bastante superiores à da inflação nos últimos anos. Se a mudança for aprovada, Lazari acredita que haverá melhora na comercialização de imóveis, com mais pessoas aptas a fazer uma compra dentro das regras atrativas do SFH.
Expansão
A Abecip calcula que o crédito imobiliário deve crescer entre 15% e 20% em 2013. No início do ano, a entidade previa apenas 15% mas fez uma revisão na projeção após o avanço de 34% no primeiro semestre. Com a nova estimativa, os financiamentos devem encerrar o ano em um montante entre R$ 95,2 bilhões e R$ 99,3 bilhões. No ano passado, o volume foi de R$ 82,8 bilhões. No fim do primeiro semestre, o crédito representava 7,4% do PIB brasileiro, ante 6,8% no fim de 2012. Até o fim de 2013, a Abecip calcula que esse porcentual ficará entre 8,2% e 8,7%.
O financiamento para compra e construção de imóveis deve se tornar a principal carteira de crédito para os bancos brasileiros ainda neste semestre. A Abecip calcula que o saldo do crédito imobiliário deve atingir um patamar em torno de R$ 300 bilhões em agosto, superando, a partir daí, o saldo da carteira de crédito pessoal.
Segundo dados do Banco Central mencionados pela Abecip, o crédito imobiliário dentro do Sistema Financeiro Nacional (SFN) subiu 34% em 12 meses, superando o crescimento do crédito rural (23%), indústria (11%) e pessoa física (9%).
Com relação à inadimplência, medida pelos contratos com mais de três prestações em atraso, a Abecip informou que permaneceu estável em 1,9% até o mês de maio. Com isso, o crédito imobiliário permanece com o menor nível de inadimplência do mercado, abaixo do crédito pessoal (4,5%), veículos (6,3%) e cheque especial (8,2%).