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Estado de Minas

Inadimplência deve seguir evolução favorável, diz BC


postado em 26/07/2013 12:31 / atualizado em 26/07/2013 12:43

Brasília, 26 - Em uma análise ampla sobre o mercado de crédito no país, cujos dados foram divulgados nesta sexta-feira, 26, pelo Banco Central, o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, ressaltou que o setor manteve-se em expansão em junho, como já vinha sendo observado ao longo do ano e no encerramento de 2012. "Ao final de junho, a taxa (acumulada em 12 meses) está em 16,4%", afirmou.

Maciel comentou que esse crescimento do crédito ocorre em um ambiente favorável em termos de inadimplência, que tem um quadro melhor este ano do que no ano passado. "Houve recuo na margem, conforme já vinha sendo sinalizado pelos atrasos de 15 a 90 dias", comparou.

A inadimplência total ficou em 5,2% no crédito livre, a menor desde julho de 2011, quando estava em 5,1%. Para pessoas físicas, o índice de 7,2% é o menor desde agosto de 2011 (7,1%). Se forem consideradas também as operações direcionadas, a inadimplência para as famílias está em 5,0%, menor da nova série histórica, iniciada em março de 2011.

A queda, segundo ele, se deve entre outros fatores à educação financeira e ao crescimento do emprego e da renda real desde 2010, quando os atrasos começaram a subir. Além disso, os bancos adotaram postura mais cautelosa na concessão de empréstimos. Segundo Maciel, há indicadores antecedentes de que a inadimplência deve seguir com "evolução favorável à frente". A taxa de 6,5% dos atrasos para pessoa física é o menor patamar da série histórica, que, depois da revisão, tem início em março de 2011.

O técnico também destacou ainda que a expansão do crédito ocorre em ambiente de alongamento de prazos e de redução dos spreads, que recuou ao longo do primeiro semestre de 2013. "Este mês não foi diferente e é consistente em relação ao componente da inadimplência", considerou.

Direcionado


Os dados do Banco Central do primeiro semestre de 2013 mostram desempenho mais forte no crédito direcionado, com destaque para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e para habitação. O estoque do crédito livre desacelerou de 14% de expansão no fechamento de 2012 para 9,7% nos 12 meses encerrados em junho de 2013. Na mesma comparação, a expansão do direcionado passou de 20,5% para 26,6%. Em relação às empresas, a linha capital de giro, que representa cerca de 50% das operações, desacelerou de 18% para 11% no mesmo período.

Maciel disse ainda que os efeitos das manifestações nas ruas em junho "não se fizeram perceber" nos dados do crédito. O recuo nas concessões médias diárias (-3,4% em relação a maio), por exemplo, não pode ser atribuído a isso, pois esse é um dado muito volátil e que não apresenta tendência sazonal definida para este mês do ano. "Não há nada que se possa dizer de que junho caiu por conta de manifestações."


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