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Estado de Minas

Alta dos juros influencia concessão de crédito, que teve maior retração desde junho de 2011


postado em 27/07/2013 06:00 / atualizado em 27/07/2013 07:11

O processo de alta dos juros básicos, que foi deflagrado em abril e que poderá se estender até o fim do ano, já se refletiu em empréstimos mais caros para o consumidor. Em junho, a taxa média cobrada das pessoas físicas chegou a 34,9% ao ano, alta de 0,7 ponto percentual (p.p.) no custo do crédito ofertado pelos bancos públicos e privados em maio, de 34,2%, segundo informou ontem o Banco Central (BC). Nessa escalada dos custos para adquirir financiamentos, as empresas também foram afetadas. A taxa anual, que era de 18,5% em maio, saltou para 19,3% no mês seguinte, elevação de 0,8 p.p.

Diante desse cenário, as famílias, que, em geral, já estavam atoladas em dívidas, colocaram freio na gastança e não renovaram empréstimos. Também o empresariado se mostrou mais cauteloso com o futuro da economia brasileira e decidiu frear projetos de investimento. O resultado não podia ser outro: uma queda de 8,2% e 7,9%, respectivamente, nas concessões de recursos pelos bancos, a maior retração para o mês de junho desde de 2011.

Com menos gente buscando crédito, os calotes, que vinham sendo o grande vilão do consumo, também caíram. Em junho, houve recuo da inadimplência tanto das pessoas físicas quanto das jurídicas, o que, para o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, se deveu a dois fatores: os bancos ficaram mais seletivos na concessão de recursos e o consumidor aprendeu mais sobre produtos financeiros. “Desde o final de 2010, quando se iniciou o aumento da inadimplência, nós tivemos alguns elementos, entre os quais a educação financeira, que ajudaram a mudar esse quadro”, disse.

Para Maciel, o crescimento do emprego e da massa salarial no período também ajudou a tornar mais fácil o cumprimento das obrigações financeiras. Em junho, os calotes atingiram 7,2% das pessoas físicas e 3,5% das jurídicas. Em maio, as taxas eram de 7,5% e 3,7%, respectivamente. Para os próximos meses, diz ele, a tendência é de novos recuos dessas taxas, o que pode dar uma injeção de ânimo no comércio e no consumo.

Spread

A queda da inadimplência ajudou a reduzir o spread bancário – diferença entre o custo de captação dos empréstimos e a taxa repassada ao tomador. Em junho, houve recuo de 0,7 p.p. e de 0,3 p.p., respectivamente, para as linhas de pessoas físicas e jurídicas. Mesmo assim, a diferença cobrada nas taxas dos clientes ainda permanece alta: 24,5%, no caso dos consumidores e de 10,1% das empresas.


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