As obras da fábrica de circuitos integrados da SIX Semicondutores que está sendo erguida em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, entraram na fase de fechamento do prédio principal e término do trabalho de alvenaria interna. O cronograma de instalação da primeira unidade fabril de semicondutores da América Latina segue sem alterações, a despeito da reestruturação das chamadas empresas X, do grupo de Eike Batista, dono de um terço das ações da nova companhia. Em nota enviada ontem ao Estado de Minas, a EBX informou que as obras civis e a infraestrutura da planta industrial ficam prontas no fim de dezembro, para dar lugar à instalação de equipamentos e qualificação dos processos de produção em 2014.
Acionista do empreendimento, o governo de Minas Gerais mantém a expectativa de início da operação comercial em 2015 – data também confirmada na nota da EBX –, informou a secretária de Estado de Desenvolvimento Econômico, Dorothea Werneck. “Além de se tratar de um projeto especial pelo conteúdo inovador e a tecnologia envolvida, a fábrica terá impacto importante sobre todo o seu entorno”, afirmou.
O governo mineiro detém 6,5% das ações da SIX, por meio do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG). A constituição da empresa foi aprovada em novembro do ano passado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), tendo ainda como sócios o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com 33,02%; a International Business Machines Corporation (IBM), com 18,08% das ações; Matec Investimentos (6,07%) e WS IN-TECS (2,59%), de Wolfgang Sauer, ex-presidente da Volskwagen do Brasil.
O EM teve acesso ao canteiro de obras da SIX, que já iniciou o processo de aquisição de equipamentos e da logística de importação, segundo informações obtidas pela reportagem. As máquinas, todas sem similar de fabricação nacional, começam a chegar à fábrica no primeiro trimestre de 2014. Orçada em US$ 500 milhões (R$ 1,134 bilhão pelo câmbio de ontem, de R$ 2,2690 por dólar), a planta industrial vai produzir circuitos integrados de sinais mistos, híbridos e microfluidicos com aplicações em dispositivos médicos, laboratório em chip, sensores óticos e não óticos, smart cards, medidores de energia inteligentes, dentre outros usos.
BOA LOGÍSTICA Toda a produção será escoada pelo Aeroporto Internacional Tancredo Neves, de Confins, na Grande BH. A fábrica terá três pisos, abrigando no último andar a sala limpa, uma espécie de “coração” do processo fabril, construída sobre um vão livre de 42 metros. Nos demais andares, serão instalados todos os equipamentos de suporte e fornecimento de gases e insumos químicos. Processo extremamente sensível, a produção de semicondutores exige um ambiente limpo e controlado, com nível mínimo de partículas suspensas, além de índice muito baixo de vibrações. A estrutura e fundações da unidade tiveram de ser reforçadas, para suportar as lajes do tipo waffle, com 24 toneladas.
A empresa iniciou a construção dos sistemas de tratamento de resíduos e a subestação de energia elétrica, que deverão estar prontos em novembro. As obras estão sendo conduzidas pela construtora Matec, empresa brasileira com sede em São Paulo, e a subcontratada M+W, construtora alemã especializada em fábricas de semicondutores. São 20 mil metros quadrados de área construída de um terreno com extensão total de 160 mil metros quadrados. A construção emprega 300 pessoas, contingente que deverá dobrar nas próximas etapas.
Seleção já está em curso
Os sócios da SIX já iniciaram os processos de recrutamento de pessoal qualificado e de fornecedores, em paralelo às obras da fábrica. De acordo com a secretária de Desenvolvimento Econômico, Dorothea Werneck, a área do entorno da unidade fabril, de propriedade da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig), está sendo preparada para abrigar um condomínio de fornecedores de alta tecnologia. “Saímos da linguagem dos antigos distritos industriais para um projeto moderno de atração de empresas de tecnologia avançada que atuam no fornecimento de insumos. A ideia do condomínio fortalece e ajuda a diversificar a indústria de Minas”, afirma.
O programa dirigido aos fornecedores tem apoio da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), que vai atuar no treinamento e qualificação de mão de obra, por meio da unidade mineira do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). A instituição vai trazer para a Grande BH a metodologia e parte do conteúdo de cursos específicos da área de eletroeletrônica ministrados no Sul do estado, onde há tradição fabril no ramo, informou Lincoln Gonçalves Fernandes, presidente do Conselho de Política Industrial e Econômica da Fiemg.
“O projeto está em andamento e vai beneficiar outras empresas com pessoal qualificado. A SIX pode ser considerada um marco para a indústria mineira em termos de inovação, incentivando a formação de mão de obra técnica mais qualificada”, diz Lincoln Gonçalves. Segundo informações obtidas pelo EM, com a escassez de mão de obra altamente qualificada no Brasil, a SIX está buscando profissionais na Europa e nos Estados Unidos e nesse processo dará prioridade a brasileiros experientes na indústrias de semicondutores interessados em retornar ao país. Outra política da fábrica são parcerias que estão discutidas com instituições de ensino renomadas, a exemplo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A unidade industrial deverá empregar 288 trabalhadores em regime de três turnos. (MV)
Acionista do empreendimento, o governo de Minas Gerais mantém a expectativa de início da operação comercial em 2015 – data também confirmada na nota da EBX –, informou a secretária de Estado de Desenvolvimento Econômico, Dorothea Werneck. “Além de se tratar de um projeto especial pelo conteúdo inovador e a tecnologia envolvida, a fábrica terá impacto importante sobre todo o seu entorno”, afirmou.
O governo mineiro detém 6,5% das ações da SIX, por meio do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG). A constituição da empresa foi aprovada em novembro do ano passado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), tendo ainda como sócios o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com 33,02%; a International Business Machines Corporation (IBM), com 18,08% das ações; Matec Investimentos (6,07%) e WS IN-TECS (2,59%), de Wolfgang Sauer, ex-presidente da Volskwagen do Brasil.
O EM teve acesso ao canteiro de obras da SIX, que já iniciou o processo de aquisição de equipamentos e da logística de importação, segundo informações obtidas pela reportagem. As máquinas, todas sem similar de fabricação nacional, começam a chegar à fábrica no primeiro trimestre de 2014. Orçada em US$ 500 milhões (R$ 1,134 bilhão pelo câmbio de ontem, de R$ 2,2690 por dólar), a planta industrial vai produzir circuitos integrados de sinais mistos, híbridos e microfluidicos com aplicações em dispositivos médicos, laboratório em chip, sensores óticos e não óticos, smart cards, medidores de energia inteligentes, dentre outros usos.
BOA LOGÍSTICA Toda a produção será escoada pelo Aeroporto Internacional Tancredo Neves, de Confins, na Grande BH. A fábrica terá três pisos, abrigando no último andar a sala limpa, uma espécie de “coração” do processo fabril, construída sobre um vão livre de 42 metros. Nos demais andares, serão instalados todos os equipamentos de suporte e fornecimento de gases e insumos químicos. Processo extremamente sensível, a produção de semicondutores exige um ambiente limpo e controlado, com nível mínimo de partículas suspensas, além de índice muito baixo de vibrações. A estrutura e fundações da unidade tiveram de ser reforçadas, para suportar as lajes do tipo waffle, com 24 toneladas.
A empresa iniciou a construção dos sistemas de tratamento de resíduos e a subestação de energia elétrica, que deverão estar prontos em novembro. As obras estão sendo conduzidas pela construtora Matec, empresa brasileira com sede em São Paulo, e a subcontratada M+W, construtora alemã especializada em fábricas de semicondutores. São 20 mil metros quadrados de área construída de um terreno com extensão total de 160 mil metros quadrados. A construção emprega 300 pessoas, contingente que deverá dobrar nas próximas etapas.
Seleção já está em curso
Os sócios da SIX já iniciaram os processos de recrutamento de pessoal qualificado e de fornecedores, em paralelo às obras da fábrica. De acordo com a secretária de Desenvolvimento Econômico, Dorothea Werneck, a área do entorno da unidade fabril, de propriedade da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig), está sendo preparada para abrigar um condomínio de fornecedores de alta tecnologia. “Saímos da linguagem dos antigos distritos industriais para um projeto moderno de atração de empresas de tecnologia avançada que atuam no fornecimento de insumos. A ideia do condomínio fortalece e ajuda a diversificar a indústria de Minas”, afirma.
O programa dirigido aos fornecedores tem apoio da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), que vai atuar no treinamento e qualificação de mão de obra, por meio da unidade mineira do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). A instituição vai trazer para a Grande BH a metodologia e parte do conteúdo de cursos específicos da área de eletroeletrônica ministrados no Sul do estado, onde há tradição fabril no ramo, informou Lincoln Gonçalves Fernandes, presidente do Conselho de Política Industrial e Econômica da Fiemg.
“O projeto está em andamento e vai beneficiar outras empresas com pessoal qualificado. A SIX pode ser considerada um marco para a indústria mineira em termos de inovação, incentivando a formação de mão de obra técnica mais qualificada”, diz Lincoln Gonçalves. Segundo informações obtidas pelo EM, com a escassez de mão de obra altamente qualificada no Brasil, a SIX está buscando profissionais na Europa e nos Estados Unidos e nesse processo dará prioridade a brasileiros experientes na indústrias de semicondutores interessados em retornar ao país. Outra política da fábrica são parcerias que estão discutidas com instituições de ensino renomadas, a exemplo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A unidade industrial deverá empregar 288 trabalhadores em regime de três turnos. (MV)