O Banco Central (BC) considera que seu cálculo da dívida bruta do país é mais adequado que o feito pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). A avaliação é do chefe adjunto do Departamento Econômico do BC, Fernando Rocha.
“Estamos seguros que o conceito utilizado pelo Banco Central é o mais adequado para avaliar o nível e trajetória da dívida bruta brasileira”, disse Rocha, ao ser questionado sobre o pedido do ministro da Fazenda, Guido Mantega, ao FMI, para que adote a metodologia do BC no cálculo da dívida bruta brasileira.
A dívida bruta do governo geral (governos federal, estaduais e municipais), calculada pelo BC, é o cálculo do que o setor público deve, considerando apenas os passivos, sem ativos.
Segundo Rocha, o BC considera na dívida bruta os títulos públicos que estão sendo efetivamente utilizados em operações compromissadas, utilizadas para reduzir ou aumentar a liquidez (recursos disponíveis na economia). Já o FMI considera todos os títulos públicos, utilizados ou não nessas operações, da carteira do BC. “É por isso que a dívida no conceito do FMI é maior que no cálculo do BC. Isso é uma diferença conceitual. A forma mais correta é a utilizada pelo Banco Central e não a utilizada pelo FMI”,disse.
Rocha argumentou ainda que o cálculo do BC permite que “a dívida bruta reflita a flutuação conjuntural da economia”.
De acordo com os dados do BC, divulgados hoje (30), em junho, a dívida bruta chegou a R$ 2,715 trilhões, o que corresponde a 59,3% do PIB. Em maio, essa relação estava em 59,6%.