Os empresários do setor de Serviços mostraram pessimismo na passagem de junho para julho. O Índice de Confiança de Serviços (ICS) da Fundação Getulio Vargas recuou 6,4% entre junho e julho, para 111,7 pontos, atingindo o menor nível desde junho de 2009 (110,2). O dado sinaliza a continuidade da tendência de desaceleração do setor observada desde o fim do ano passado.
Para a FGV, o resultado pode estar ligado às manifestações do último mês. "A intensificação da queda do ICS pode ter sido influenciada pelos protestos ocorridos em todo o País e o consequente aumento do grau de incerteza na economia", informou a instituição.
A abertura de dados mostra que a redução da confiança foi bastante disseminada, ocorrendo em 11 de 12 segmentos pesquisados. A queda de 6,4% na margem foi também a maior desde o recuo de 11,8% em novembro de 2008. "De modo geral, os indicadores da Sondagem de Serviços, que vinham apontando para um nível moderado de atividade no setor, mostram um cenário mais desfavorável em julho de 2013, refletindo a avaliação negativa dos empresários sobre o momento presente, com perspectiva também desfavorável para os próximos meses", afirma a FGV.
Em julho, a queda da confiança resultou de perdas semelhantes em seus dois componentes: o Índice da Situação Atual (ISA-S) caiu 6,4%, ao registrar 96,0 pontos, o menor nível desde junho de 2009 (90,8). Já o Índice de Expectativas (IE-S) recuou 6,5%, atingindo 127,3 pontos, o menor nível desde abril de 2009 (121,3).
Segundo a FGV, o recuo do ISA-S entre junho e julho foi influenciado, sobretudo, pelo quesito situação atual dos negócios, que desabou -8,4%. A proporção de empresas que avaliam a situação atual como forte passou de 26,7% para 20,4%, enquanto a parcela das empresas que a consideram fraca aumentou de 17,8% para 20,7%.
No quesito volume de demanda atual a queda foi de 4,1%. O indicador que mede o otimismo com a tendência dos negócios nos meses seguintes foi o que mais contribuiu para a baixa das expectativas (IE-S), ao recuar 7,0% em julho ante junho. A proporção de empresas prevendo uma situação melhor no futuro caiu de 41,1% para 35,0%. Já a parcela daquelas prevendo piora aumentou muito: de 5,7% para 9,1%. O indicador do quesito demanda prevista também caiu significativos 6% em julho, na mesma comparação.