Funcionários da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) responsáveis pelas operações de solo no aeroporto de Confins, na Grande BH, resolveram paralisar as atividades até as 18h desta quarta-feira pedindo aumento salarial. A decisão foi tomada em assembleia realizada nesta manhã.
O movimento, iniciado à meia-noite, é nacional e a estimativa do Sindicato Nacional dos Aeroportuários (Sina) é de que a paralisação atinja 63 aeroportos administrados pela Infraero. Guarulhos e Viracopos, em São Paulo, e o aeroporto Juscelino Kubitschek, em Brasília, leiloados à iniciativa privada, não serão afetados. Os servidores atuam no pátio de aeronaves, na segurança dos passageiros e no terminal de cargas e a previsão é que, pelo menos, 70% dos 13 mil funcionários participem do movimento.
Nesta manhã, os trabalhadores fizeram uma passeata no entorno do aeroporto de Confins e depois fecharam parte da LMG-800, que é a continuidade da MG-010, rodovia que dá acesso ao terminal aéreo. O trânsito se complicou ainda mais já que policiais civis também em greve voltaram à MG-010 para mais um protesto.
Segundo o diretor do Sindicato dos Aeroportuários de Minas Gerais, Leandro Castro Pinheiro, a greve conta com a adesão da maioria dos funcionários e muitos setores foram prejudicados. Às 15h, a categoria fará uma assembleia geral em vários aeroportos do país para discutir a paralisação. O sindicato adiantou que, caso uma nova proposta não seja apresentada, a greve será mantida por tempo indeterminado.
Greve não afeta aeroportos, diz Infraero
Em contrapartida, a Infraero afirmou que greve não prejudica o funcionamento dos aeroportos do país. Os índices de voos atrasados e cancelados - respectivamente 3,7% e 5,8%, às 13h - está dentro do padrão normal de operação, de acordo com a empresa. O boletim divulgado pela estatal também aponta que dos 1249 voos programados até o horário, 187 estavam atrasados e 73 haviam sido cancelados. Em Confins, nenhum voo havia sido cancelado. Dos 74 previstos, sete atrasaram. Na Pampulha, houve registro de três cancelamentos e dois atrasos.
Em nota, a Infraero disse que possui um plano de contingenciamento, que inclui remanejamento de empregados e reforço de equipes em horários de maior movimento, para garantir os serviços essenciais e a operacionalidade dos terminais.
Reivindicações
Os aeroportuários negociam um reajuste salarial de 16% diante de uma proposta de 6,49% oferecida pela Infraero. Além disso, a categoria pede a manutenção dos benefícios de assistência médica que, de acordo com os funcionários, seria suspenso pela empresa.
Ao contrário do que chegou a ser divulgado, o sindicato esclareceu que os salários dos funcionários não estão atrasados. "O que está três meses atrasado é o reajuste. A reposição deveria acontecer no dia 1º de maio", disse a assessoria. (Com Agência Estado)