O atraso no início das obras do hotel que será construído no Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, vai dificultar significativamente a possibilidade de que ele seja concluído a tempo para a Copa’2014. A empresa escolhida para erguer o edifício deveria começar os trabalhos 180 dias depois da assinatura do contrato, mas, encerrado esse prazo, o projeto nem mesmo está pronto e ainda depende de aprovação da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) e da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Pelo contrato, a empresa tem 18 meses para finalizar as obras, considerando os prazos de aprovação dos projetos e apresentação de todas as licenças. Como foram destinados seis meses para aprovação dos projetos, o tempo de construção é de 12 meses. Para que o hotel fosse entregue antes do evento, a empresa deveria usar no máximo 10 meses do prazo, mas como as obras não começaram na data prevista a GJP Hotels & Resorts terá tempo ainda mais reduzido.
À época, o superintendente da Regional Sudeste da Infraero, Mario Jorge Fernandes de Oliveira, afirmou que o hotel “proporcionaria uma importante alternativa de hospedagem para o usuário do aeroporto, sendo uma boa opção para passageiros em conexão e de tripulantes das companhias aéreas”. Com 200 leitos, o hotel teria classificação pelo menos de três estrelas, além de disponibilizar uma gama de facilidades para passageiros em trânsito. O contrato irá vigorar por 20 anos.
Paralisação
A greve dos aeroportuários, ontem, em 63 aeroportos do país resultou em 187 voos atrasados até as 13h, segundo balanço da Infraero. Em Confins, 60% da categoria aderiu ao protesto. Pela manhã, os grevistas fecharam a rodovia LMG-800. Por uma hora, os aeroportuários impediram a passagem de veículos em um sentido, depois fecharam o sentido contrário. Segundo o diretor regional do Sindicato Nacional dos Aeroportuários, Leandro Castro Pinheiro, os efeitos da paralisação foram ainda mais sentidos no funcionamento do terminal de cargas e no setor administrativo. Em outros importantes terminais, como Congonhas, a adesão foi de até 70%.
A negociação salarial se arrasta desde maio, data-base da categoria. Depois de a imprensa ter divulgado que o reajuste de parte da diretoria da Infraero foi de 26%, o sindicato exige que o mesmo percentual seja concedido aos demais servidores. E não aceita que sejam reduzidos os benefícios dos servidores. A Infraero teria sinalizado com a manutenção do acordo coletivo da categoria, mas defende a retirada do plano médico.