Terá pouco efeito para a inflação a decisão do governo, anunciada na tarde desta quinta-feira, 02, de reduzir a alíquota do Imposto de Importação (II) para 100 produtos que foram colocadas na lista de exceção à Tarifa Externa Comum (TEC). Segundo Primo Roberto Segatto, presidente da Associação Brasileira de Comércio Exterior (Abracex), a medida trará pouco alívio na pressão inflacionária e, ao mesmo tempo, não resolve o problema das setores.
De acordo com Segatto, o problema da inflação é o câmbio, que resultou em aumento dos preços das matérias-primas, mas retroceder em uma medida que reduzia custos para a indústria será insuficiente para conter os preços. "Só isso não basta", lamentou. Na avaliação dele, não adianta reduzir o imposto sobre a matéria-prima e não reduzir o custo dos fabricantes nacionais.
De acordo com Segatto, a alíquota do Imposto de Importação para máquinas e equipamentos hoje está na faixa de 14%, tem mais 2% de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e sobre tudo isso calcula-se o PIS/Cofins.
O dirigente entende que reduzir o custo da indústria nacional implica também baixar o Imposto de Importação para máquinas e equipamentos para que o parque industrial brasileiro possa ser renovado. "Produzir um metro de tecido numa fábrica nacional hoje custa, no mínimo, 50% mais que fora do País", reclamou o executivo.