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Estado de Minas

Nova lei deve encarecer produto feito de leite cru


postado em 03/08/2013 06:00 / atualizado em 03/08/2013 07:15

A nova legislação que muda a regra para a comercialização do queijo de minas artesanal fora das divisas do estado, a ser assinada pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Antônio Andrade, na terça-feira da semana que vem, em Belo Horizonte, deverá encarecer o custo de produção da iguaria e os preços para o consumidor. O texto que modifica a Norma 57, em relação à produção e venda do queijo no país, promete aliviar o tempo mínimo de maturação necessário para que o produto seja comercializado fora de Minas. Atualmente, são necessários 60 dias, o que acaba por criar um mercado ilegal.

A expectativa dos produtores é de que seja definido prazo de maturação de 17 dias para o queijo do Serro e de 22 dias para o da Canastra, respeitando os parâmetros sanitários determinados em estudos elaborados pela Universidade Federal de Viçosa (UFV) em meados da década passada. Ou seja, o tempo de maturação antes da venda cai em mais de dois terços. O novo prazo é comemorado pelos produtores como importante conquista, mas, eles advertem que não significará a extinção dos queijos com maturação menor, de até 10 dias.

O presidente da Associação dos Produtores Artesanais de Queijo do Serro, Jorge Brandão Simões, afirma que a redução do prazo representa o “sonho maior”, mas, em contrapartida, ele classifica a lei como severa. O aumento do custo de produção é um das justificativas, tendo em vista que o produto ficará uma semana a mais que o normal no processo de maturação. Ele destaca dois fatores: a necessidade de um espaço maior, capaz de maturar a produção de 17 dias, e a perda de umidade, passados 14 dias. A estimativa é de que uma semana a mais resultaria em um produto 30% mais leve.

Além da preocupação com a elevação dos custos na fazenda, Simões teme as alterações nas características do queijo artesanal, depois de 17 dias, como aumento da acidez, redução da umidade e maior endurecimento. Segundo ele, Minas, o maior mercado consumidor do produto no país, pode ser afetado pelas mudanças. “O prazo de 60 dias era como a proibição da venda; e 17 dias atendem um pouco, mas descaracterizam um item tradicional. Mais de 60% dos consumidores querem o queijo mais branco.”

O veterinário da Associação dos Produtores do Queijo Canastra, Johne Santos Castro, tem opinião semelhante. Ele afirma que quanto mais tempo o produto permanecer alojado, maior será o custo na fazenda. “Há gastos com energia, água e mão de obra”, afirma. Além disso, segundo Castro, os centros de maturação que serão inaugurados nas próximas semanas não são suficientes para atender a demanda e o custo de instalação de um entreposto é alto (entre  R$ 20 mil e R$ 80 mil).


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