Os dois percentuais estão bem acima da inflação oficial do Brasil, que fechou o semestre em 3,15%. “Houve uma falta da chamada batata semente. O Brasil importa o produto (sobretudo da Europa) e houve dificuldades para isso. Também se deve ao encarecimento do dólar”, acredita Pierre Vilela, da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg). Na Ceasa Minas, maior entreposto do estado, o quilo da batata subiu 33% no primeiro semestre: “De R$ 1,24, em janeiro, para R$ 1,65, em junho”, informou Ricardo Martins, da seção de informações da Ceasa Minas.
Em julho, porém, o preço continuou alto no confronto com janeiro, mas registrou um pequeno recuo: para R$ 1,59. Ricardo Martins acredita numa tendência de novas quedas. “O estado do Paraná está com uma boa oferta.”
Preferência nacional
Em relação ao feijão, a causa, novamente, está nas condições climáticas. Houve seca e chuvas desregradas no primeiro ciclo, de março a abril, afetando 30% da lavoura em Minas, o segundo maior fornecedor do grão no país. No Paraná, estado que lidera esse ranking, problemas no clima também prejudicaram a produção.
A queda na safra do feijão será prejudicada com o vazio sanitário que irá vigorar, pela primeira vez no estado para a cultura do grão, de 15 de setembro a 25 de outubro. O vazio sanitário, que é comum em lavouras de algodão e soja, proíbe a plantação em uma determinada região para o combate de pragas. No caso do feijão, a ordem vai vigorar no Noroeste de Minas, responsável por 70% da produção mineira do terceiro e último ciclo do ano, e visa exterminar a mosca branca.
As quedas nas safras de feijão levaram o governo federal a anunciar, em junho, a redução de 10% para zero na Tarifa Externa Comum (TEC) sobre as compras do grão junto a nações fora do Mercosul. Para o ministro da Agricultura e Pecuária, Antônio Andrade, o país vai precisar importar 200 mil toneladas de feijão até o fim de outubro. (PHL)