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Estado de Minas

Poupança continua como a 'queridinha' dos brasileiros na hora de investir

Aplicação bate recorde de captação em julho e diferença entre depósitos e saques alcança mais de R$ 9,33 bilhões


postado em 07/08/2013 06:00 / atualizado em 07/08/2013 08:02

A menor remuneração paga pelos depósitos feitos em caderneta de poupança não diminuiu o apetite do brasileiro pela mais popular modalidade de aplicação financeira. Em julho, os aportes de recursos superaram os saques em R$ 9,331 bilhões, segundo dados divulgados ontem pelo Banco Central. Foi a maior captação líquida registrada para meses de julho e o segundo maior resultado da história, ficando atrás somente de junho deste ano.

Naquele mês, mesmo com a poupança pagando apenas 70% da taxa Selic, que, à época, era de 8% ao ano, portanto menor do que os 8,5% de hoje, o saldo entre ingressos e retiradas na caderneta ficou positivo em R$ 9,451 bilhões, o maior patamar já registrado desde 1995. Tamanha euforia não se deve apenas ao interesse dos pequenos poupadores com esse tipo de aplicação financeira. Ultimamente, mesmo investidores milionários passaram a migrar para a poupança. Entre 2008 e 2012, por exemplo, o número de cadernetas com saldo superior a R$ 1 milhão mais do que dobrou, passando de 3,8 mil aplicações para 8,5 mil, cinco anos depois.

Apesar desse maior interesse com a aplicação, especialistas em finanças recomendam a poupança apenas para o pequeno poupador, ou seja, pessoas que façam aportes de até R$ 5 mil por ano. Acima desse valor, dizem, é mais vantajoso buscar outras modalidades de aplicações, como os fundos de investimento em renda fixa ou o mercado de renda variável, como a bolsa de valores.

“Para quem vai poupar até R$ 500 por mês, a diferença entre o que a poupança paga e o que outra aplicação mais arrojada oferece é de pouco mais de 1% ao ano. Então, até pela facilidade que é aplicar na caderneta, acaba valendo a pena”, disse o ex-diretor de mercado de capitais do BC, o professor de finanças Keyler Carvalho Rocha, da Faculdade de Economia e Administração (FEA/ USP). Segundo explicou, o investimento em poupança rende menos que outras aplicações, mas acaba sendo vantajoso porque oferece comodidade ao poupador e liquidez imediata para quem deseja sacar os recursos.

Regras

Nessa aplicação, a remuneração obedece a uma série de medidas determinadas pelo governo, como a variação da Taxa Referencial (TR), hoje praticamente zerada, e o patamar em que se encontram os juros básicos da economia, a taxa Selic. Com a queda dos juros no ano passado, que chegaram à mínima histórica de 7,25% ao ano, foi estipulado que, sempre que a taxa caísse abaixo de 8,5% ao ano, a poupança pagaria 70% da Selic. Nos últimos dias, a rentabilidade paga para cadernetas com aniversário entre 27 de julho e 1º de agosto foi de 0,4828% ao mês. A partir de 28 de agosto, essa remuneração poderá passar para 0,5% ao mês, caso o Comitê de Política Econômica (Copom) do BC decida elevar a Selic acima de 8,5% ao ano, conforme prevê o mercado financeiro e até técnicos do governo.


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