O jornal britânico Financial Times dedica uma página inteira da edição desta quarta-feira para analisar a ascensão e a queda do empresário brasileiro Eike Batista. Com o título "Reverso da fortuna", a reportagem diz que Eike "já foi o mais rico do Brasil, mas vê seu império de empresas startups de petróleo, mineração e logística implodindo". De acordo com o jornal da Grã-Bretanha, ele "encara melhor que ninguém a euforia com o Brasil e outras nações emergentes durante a primeira década do século XXI".
A reportagem assinada pelos os jornalista Joe Leahy, chefe da sucursal do FT em São Paulo, e Samantha Pearson, repórter do jornal britânico no Brasil, classifica a recente evolução dos negócios como uma "morte" para o empresário. "Sua morte também é um sinal mais amplo dos tempos mais difíceis à frente para empresários brasileiros agora que a onda das commodities está diminuindo", diz o texto. "A era da liquidez fácil acabou e as empresas brasileiras terão de lutar contra os concorrentes de outros mercados emergentes pelo capital cada vez mais escasso", diz a reportagem.
O FT diz que a queda do empresário "que já foi garimpeiro e campeão de esportes náuticos e se casou com uma capa da Playboy é, certamente, um teste para o exército de parceiros e investidores estrangeiros". "Eles vão desde a General Electric até o fundo de pensão das professoras de Ontário. Seus credores incluem a gestora de fundos Pimco e uma gama de bancos brasileiros", diz o texto.