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Estado de Minas

Sem trégua para a alta do dólar

Apesar das intervenções constantes do Banco Central, moeda continua em valorização. Aumenta a pressão no custo de vida


postado em 13/08/2013 06:00 / atualizado em 13/08/2013 06:43

O Banco Central brasileiro desaguou no mercado US$ 32,5 bilhões desde maio para tentar segurar a alta do dólar. Com isso, o país tornou-se um dos que mais interferiram na cotação da moeda – o Brasil responde por 90% de todas as intervenções feitas por nações emergentes. Mesmo com toda essa pressão, a divisa não cedeu. Ontem, o dólar subiu 0,66% e fechou o dia negociado a R$ 2,287 na venda. Para especialistas, a elevação da moeda frente ao real, que chega a 13% no ano, começa a bater em produtos que têm componentes importados. O impacto do dólar sobre o custo de vida também teria aumentado e a elevação da divisa pode responder por até 10% da inflação no ano.

O governo, nos bastidores, não nega que o dólar seja um fator de pressão a mais, porém, conta com a queda dos preços das commodities (produtos básicos com cotação internacional) para que esse impacto não se torne excessivamente pesado. Oficialmente, o BC estima que o repasse da moeda norte-americana para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) esteja em 5%, ou seja, se a cotação permanecesse estável por um ano, a inflação subiria 0,65 ponto percentual.

O mercado, menos otimista, acredita que esse percentual de repasse pode variar de 7% a 10% – o que daria um impacto entre 0,91 e 1,3 ponto percentual no IPCA do ano. “Não existe um número fixo para o tamanho desse repasse, ele depende de uma série de fatores. As estimativas para essa transmissão vão de 5% a 10%”, calculou Elson Teles, economista do Itaú Unibanco. “A elevação dos juros básicos pelo BC deve ser insuficiente para compensar o repasse da divisa para a inflação”, avaliou Flávio Serrano, economista do Espirito Santo Investment Bank.

Inflação

Apesar da recente desaceleração do custo de vida verificada em julho, quando o IPCA variou apenas 0,03%, o que configurou “o melhor momento da inflação” no ano, os aumentos de preços ainda preocupam. O alerta foi dado pelo diretor de Política Econômica do Banco Central (BC), Carlos Hamilton, que, ontem, em Belém (PA), voltou a cobrar empenho do governo para reduzir gastos públicos e, com isso, diminuir a pressão que exerce sobre o consumo das famílias e das empresas. Na avaliação do diretor do BC, a política fiscal implementada pelo Ministério da Fazenda é “expansionista”. Isso significa dizer que as despesas da União com o custeio da máquina pública e com investimentos em obras de infraestrutura têm colocado fogo nos preços de produtos e serviços, o que leva a mais inflação.

Daqui a para frente, o IPCA voltará a apresentar variações mensais acima de 0,03%. No acumulado em 12 meses, porém, ocorrerá o inverso. Até julho, o índice acumulava alta de 6,27%, mas esse número já chegou a ser bem maior, de 6,7%, e veio caindo ao longo do ano. Isso se deve, basicamente, a bases menores de comparação.

PIB

De acordo com o Boletim Focus, divulgado ontem pelo Banco Central, os analistas, apesar da queda da inflação no último mês, diminuíram a expectativa de avanço do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano para 2,21%, contra os 2,24% registrados na semana anterior. É o menor percentual do ano, que começou com uma previsão de alta de 3,26%. A estimativa dos economistas consultados pela autoridade monetária tem caído desde a primeira semana de abril.


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