Os protestos que tomaram as ruas de Belo Horizonte no mês de junho afetaram o desempenho do comércio varejista, que fechou o mês com queda de 1,85% nas vendas na comparação com maio. Além das manifestações, a inflação também contribuiu para o revés no consumo. No mesmo período, nenhum segmento apresentou crescimento. Os dados foram divulgados nesta terça-feira pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH).
“O aumento dos preços tem levado os consumidores à cautela quanto às suas despesas, evitando acumular muitos gastos e, como consequência, diminuindo o consumo”, explicou o presidente da CDL/BH, Bruno Falci. “Além disso, o mês de junho foi marcado por um grande número de manifestações na capital mineira, levando muitos comerciantes a fecharem as portas, o que colaborou para redução das vendas”, completou.
Já na comparação com junho do ano passado, as vendas subiram 0,22%, destaque para os supermercados e produtos alimentícios, que registraram alta de 3,05%. Em contrapartida, o setor de veículos novos e usados foi o mais afetado - principalmente pelos atos de vandalismo - e recuou 2,21%.
Apesar do típico incremento nas vendas em função do Dia dos Namorados, o aumento do nível de preços contribuiu para um menor crescimento nesta base de comparação. “Com o aumento da inflação, a capacidade de compra fica comprometida, em função do encarecimento geral dos bens e serviços. Assim os consumidores reduzem seu nível de consumo, impactando negativamente nas vendas”, afirmou Bruno Falci.
No primeiro semestre de 2013, comparado com o mesmo período do ano passado, o comércio varejista de Belo Horizonte fechou com crescimento de 3,99%, resultado do nível de desemprego em patamares baixos e a oferta de crédito que ainda mostra expansão significativa apesar dos recentes aumentos da taxa básica de juros, segundo a CDL.