O dólar comercial opera em leve queda ante o real nesta quarta-feira. Por volta das 10h (horário de Brasília), a moeda recuava 0,15%, cotada a R$ 2,307 para a venda.
Na véspera, a divisa avançou 0,96%, voltando ao patamar de R$ 2,31, na maior elevação diária desde 24 de julho. A alta refletiu a preocupação dos investidores com a provável redução do programa de estímulo monetário dos EUA e a consequente redução da liquidez global, situação que vem fazendo a moeda norte-americana subir em todo o mundo. "Há uma grande pressão vinda de fora", resumiu o diretor-executivo da NGO Corretora, Sidnei Nehme.
O salto nas cotações da divisa, que já acumula ganho de 1,24% no mês e de 16,01% no ano, passou a ser o principal fator a pesar sobre a inflação, na medida em que encarece produtos importados ou com grande número de componentes estrangeiros, além de combustíveis. A contínua pressão do câmbio, que está na raiz dos problemas enfrentados, por exemplo, pelas empresas aéreas, deixou os analistas convencidos de que o Banco Central voltará a interferir nos negócios nos próximos dias. Ontem, porém, o BC não interveio.
Durante todo o dia, os negócios foram influenciados pela notícia de que as vendas no varejo, nos EUA, subiram 0,5% em julho, mais do que o esperado pelo mercado. O bom resultado reforçou a expectativa de que o Federal Reserve, o banco central do país, deve em breve começar a diminuir o programa de aquisição mensal de US$ 85 bilhões em títulos, o que vai reduzir a oferta de dólares em todo o mundo e puxar para cima as cotações da divisa.