São Paulo (AE), 15 - O resultado de junho do índice de atividade econômica calculado pelo Banco Central, o IBC-Br, mostra que o Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre deve ser o mais alto do ano, avalia o economista-chefe do banco ABC Brasil, Luis Otávio de Souza Leal. "O resultado do IBC-Br não altera muito a percepção de PIB do segundo trimestre, mas mostra que deve ser o nível mais alto do ano", comentou. A casa projetava alta de 0,70% no IBC-Br em junho ante maio, mas o avanço foi de 1,13%. No segundo trimestre, o IBC-Br subiu 0,89% ante os três meses anteriores, nos dados com ajuste sazonal.
"Acreditava antes que o primeiro trimestre seria o mais forte e depois a atividade iria diminuindo, mas acho que o salto vai ser no segundo trimestre", diz Leal, que passou a projetar alta de 1,10% no PIB do período entre abril e junho. Antes, a expectativa era de 1,00% de expansão.
A incógnita a partir de agora é o terceiro trimestre. Para o economista, os dados preliminares de julho mostram a confiança muito fraca no início do período. "O terceiro trimestre começou ruim, mas temos que levar em consideração que os dados são de julho, o auge do problema político com as manifestações. Do mesmo jeito que a popularidade da presidente Dilma atingiu o ponto mais baixo em julho e começou a se recuperar em agosto, o mesmo pode se dar com os níveis de confiança", entende.
Mesmo otimista de que um mau resultado em julho será um ponto fora da curva, o economista admite que o PIB do terceiro trimestre "certamente será menor" do que o dos três meses anteriores. "Já tenho visto gente dizendo que não descarta um PIB negativo no terceiro trimestre. Acho isso ainda precipitado, mas de qualquer maneira há uma indicação de que o PIB do terceiro trimestre pode ser o mais baixo para o ano."
A projeção de PIB do segundo trimestre próxima de 1,10% reforça a expectativa do banco de que o crescimento econômico no fechamento do ano chegue a 2,3%. O IBC-Br de junho um pouco acima do previsto pela casa dá folga para um dado ruim no terceiro trimestre. "A não ser que de fato se verifique um PIB negativo no terceiro trimestre, caminhamos para 2,3% no fechamento de 2013."