São Paulo, 15 - A alta do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) de 0,89% no segundo trimestre, na margem, reforça a avaliação de que o Produto Interno Bruto (PIB) entre abril e junho deve ter crescido entre 0,9% e 1% ante os três meses anteriores, afirmou ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, o economista-chefe da Bradesco Asset Management (BRAM), Fernando Honorato Barbosa. "Há uma boa indicação de que o PIB no segundo trimestre deva ser influenciado por uma retomada importante da indústria e também de investimentos das empresas", destacou.
Na avaliação de Barbosa, contudo, deve haver uma desaceleração significativa do PIB no terceiro trimestre, já que ele estima que a produção industrial deve apresentar uma queda forte em julho, entre 1,5% e 2%, na margem, depois de ter apresentado alta de 1,9% em junho ante maio, Ele projeta uma alta do PIB de 0,5% no período, mas pondera que o número será revisado logo para uma marca ao redor de 0,3%.
"A indústria e a Formação Bruta de Capital Fixo deverão reduzir o ritmo no terceiro trimestre. Mas, mesmo assim, o PIB neste período deve apresentar um resultado levemente positivo", apontou o economista-chefe da BRAM. Para o quarto trimestre, ele espera que o PIB deve ter uma recuperação e subir entre 0,6% e 0,7%, também na margem.
De acordo com as projeções de Barbosa, estes indicadores de atividade tendem a mostrar uma desaceleração do ritmo do PIB do primeiro semestre para a segunda metade do ano, em termos anualizados. Entre janeiro e junho, ele espera uma alta de 2,9%, enquanto prevê uma elevação de 1,8% de julho a dezembro. Para ele, no entanto, essa redução de velocidade da demanda agregada não é aguda. "Redução dos indicadores de confiança causam algum impacto de curto prazo, mas isso não significa que vão provocar uma paralisação da economia", apontou.
O economista-chefe da BRAM estima que o PIB crescerá 2,1% neste ano. "Afinal, os índices de desemprego são bem positivos e há uma evolução dos investimentos, como está sendo indicada pelo BNDES, por exemplo", ponderou Barbosa.
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (IBGE), Luciano Coutinho, manifestou no primeiro trimestre que o total de desembolsos da instituição poderia repetir a marca de R$ 156 bilhões registrada em 2012. Contudo, nesta semana ele destacou que o BNDES deve conceder de R$ 185 bilhões a R$ 190 bilhões neste ano, uma alta de pelo menos 18,5% em relação ao ano passado.