Em Belo Horizonte o preço médio da gasolina desacelerou 0,93% entre julho e agosto. O recuo acumulado no ano é maior e já absorveu o reajuste de preços autorizados pelo governo a partir de 30 de janeiro, que elevou o litro do combustível em 6% nas refinarias e próximo a 4% nas bombas. Em média, a gasolina é encontrada na capital por R$ 2,75 o litro, mesmo valor que o combustível era vendido em janeiro, antes do reajuste, como aponta levantamento do Mercado Mineiro. De fevereiro a agosto o preço médio do derivado do petróleo recuou 3,8%.
O recuo nas bombas também é percebido no país e pode ser um sinal verde para o governo corrigir mais uma vez os valores do derivado do petróleo, conforme reivindicação da Petrobras. No país o litro da gasolina, que era comercializado em fevereiro a R$ 2,88 em média, é vendido agora a R$ 2,83 para o consumidor. “O reajuste de preços da gasolina daria uma dose de realismo para a Petrobras e seria uma decisão econômica saudável para o país”, defende o economista Júlio Maria Borges, diretor da Job Consultoria e Planejamento. De acordo com ele, a medida seria positiva também para o etanol, que por enquanto só está competitivo em quatro estados da federação: São Paulo, Paraná, Mato Grosso e Goiás. Em Minas Gerais, que disputa com o Paraná o posto de segundo maior produtor do país, o preço do álcool hidratado nos postos permanece pouco acima da média dos 70% que o tornaria competitivo em relação à gasolina.
Em Belo Horizonte o etanol também se mantém, na média da capital, custando 72% do valor da gasolina, o que ainda não é suficiente para fazê-lo ganhar a preferência do consumidor. Segundo o Mercado Mineiro, o litro é vendido em média por R$ 1,99. Para ser competitivo em relação à gasolina o etanol não poderia ultrapassar R$ 1,93 o litro. Até o fim do ano, a expectativa é de que os preços se mantenham estáveis nas usinas, sem pressões de novas baixas. De acordo com o Sindicato da Fabricação do Açúcar e do Álcool de Minas Gerais (Siamig) o álcool está sendo comercializado abaixo do custo de produção, que varia entre R$ 1,15 e R$ 1,20.