Depois da intervenção do Banco Central (BC), que promoveu três leilões de venda de dólares no mercado futuro, a moeda norte-americana fechou abaixo de R$ 2,40, em queda pela primeira vez em 11 dias. O dólar comercial fechou esta terça-feira (20) vendido a R$ 2,3941, com queda de 0,90%.
A última vez que o câmbio tinha fechado com queda tinha sido no último dia 9. Naquele dia, o dólar comercial fechou a sessão cotado a R$ 2,2740. Com o resultado de hoje, a alta acumulada do dólar caiu para 4,89% em agosto e para 16,90% em 2013.
Hoje de manhã, o BC vendeu US$ 993,4 milhões num leilão de swap cambial, que equivale à venda de dólares no mercado futuro e rolou (renovou) US$ 986,3 milhões em contratos de swap que venceriam em 2 de setembro. A autoridade monetária também promoveu um leilão de linha – venda com compromisso de recompra futura – de até US$ 4 bilhões, mas o resultado da operação só será divulgado quinta-feira (22).
Desde o fim de maio, o mercado financeiro global enfrenta turbulências devido à perspectiva de que o Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos Estados Unidos, reduza os estímulos monetários para a maior economia do planeta. O Fed poderá aumentar os juros e diminuir as injeções de dólares na economia global, caso o emprego e a produção nos Estados Unidos mantenham o ritmo de crescimento e afastem os sinais da crise econômica iniciada há cinco anos.
A instabilidade piorou depois de Ben Bernanke, presidente do Fed, ter declarado, em 19 de junho, que a instituição pode diminuir a compra de ativos até o fim do ano, caso a economia americana continue a se recuperar. Se a ajuda diminuir, o volume de dólares em circulação cai, aumentando o preço da moeda em todo o mundo.
Nos últimos meses, o governo brasileiro tem adotado medidas para conter a valorização do dólar. Além de vender a moeda no mercado futuro, o Banco Central retirou parte do compulsório sobre as apostas de que o dólar vai cair e eliminou restrições de prazos para que os exportadores financiem antecipações de pagamentos.
A equipe econômica também retirou barreiras à entrada de capitais estrangeiros no país. O Ministério da Fazenda zerou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para os estrangeiros que aplicam em renda fixa no Brasil. Desde outubro de 2010, a alíquota em vigor era 6%. A venda de moeda estrangeira no mercado futuro também ficou isenta de IOF.