Que o cinema brasileiro tem exportado cada vez mais profissionais para atuar em diversas frentes de trabalhos em projetos pelo mundo, já é fato. Só nos EUA, além de diretores como José Padilha, Afonso Poyart, Heitor Dhalia e Fernando Meirelles, atores como Wagner Moura e Alice Braga são nomes de destaque em equipes de grandes produções como Elysium, cuja estreia ocorre em setembro.
Produtores brasileiros ganhando espaço no concorrido mercado americano, no entanto, é fato novo. Além de Rodrigo Teixeira, a lista conta com nomes como Fábio Golombek, da F.J. Productions, baseada em Los Angeles, e Fabiano Gullane e Caio Gullane, à frente da Gullane Filmes que, assim como a RT Features, tem sede em São Paulo.
Os três exemplos seguem formas distintas de produção, mas sua variedade sinaliza o fortalecimento, e o amadurecimento, da produção de cinema no Brasil. “Até há pouco tempo, o País exportava muitos talentos para Hollywood, como animadores, atores, diretores convidados... Mas hoje vemos um movimento ativo, em que atuamos também como produtores e idealizadores de projetos”, comenta Golombek, que, em parceria com Uri Singer, produziu longas como Amor por Acaso (2010) e Angie (2013), ambos dirigidos por Marcio Garcia, que também coproduziu os dois projetos.
O produtor paulista, que se mudou para Los Angeles há 20 anos, acaba de lançar seu terceiro longa, A Brasileira. Dirigido pelo americano Brian Brightly, é estrelado pela atriz Fernanda Machado e conta a história de um cabeleireiro americano que se apaixona por uma brasileira que trabalha no mesmo salão de beleza que ele. “Em breve, o filme estreia em São Paulo e é um modelo interessante de combinação de talentos. Mas a verba é totalmente de investidores diretos americanos”, ressalta Golombek, que roda no início de setembro seu quarto filme, Like Sunday, Like Rain, com direção de Frank Whaley. “Ao contrário dos nossos outros projetos, esse não tem nenhuma relação com o Brasil, além de contar com a atriz brasileira Luiza Valdetaro e com nossa produção. No elenco, já confirmamos Jean Reno e Billie Joe, do Green Day. Espero que cada vez mais possamos fazer cinema como arte sem fronteiras e internacional”, diz Golombek.
É nessa mesma toada que opera Teixeira. “Investir em Frances Ha foi uma forma interessante de produzir em um modelo diferente do usual no Brasil, que podia dar retorno”, comenta o produtor, que entrou para o projeto após seu agente em Hollywood, o mesmo de Baumbach, perguntar o que achava da ideia.