O dólar comercial opera em forte queda ante o real nesta sexta-feira. Por volta das 16h03 (horário de Brasília), a moeda recuava 2,97%, cotada a R$ 2,3597 para a venda. Na véspera, a moeda norte-americana desvalorizou 0,78% e fechou a R$ 2,432 para a venda. A estratégia do Banco Central (BC), de adotar leilões diários no mercado de câmbio para oferecer liquidez ao mercado, freou o ímpeto dos investidores, que vinham comprando dólares nos últimos dias.
O BC iniciou o programa de leilões de venda de dólares, anunciado ontem para conter alta do dólar. O BC informou ao mercado que fará leilões de swap cambial, equivalente à venda de dólares no mercado futuro, de segunda a quinta-feira, com oferta de US$ 500 milhões por dia. O primeiro deles foi feito hoje, reforçando a oferta da véspera. Às sextas-feiras, será oferecido ao mercado o crédito de até US$ 1 bilhão, por meio dos leilões de venda com compromisso de recompra. Hoje foi feito o primeiro leilão dessa programação.
Segundo o BC, esse programa se estenderá, pelo menos, até 31 de dezembro de 2013, e pode totalizar US$ 60 bilhões. A autoridade monetária informou ainda que poderá fazer operações adicionais, se julgar apropriado. O BC não informou, porém, quanto conseguiu vender nos dois dias. Isso só será conhecido quarta-feira, dia em que o BC costuma divulgar o fluxo cambial até o encerramento da semana anterior.
A última vez que o BC havia jogado tão pesado com o mercado foi em 2008, logo depois do estouro da bolha imobiliária norte-americana. À época, as intervenções somaram US$ 50 bilhões. Antes disso, somente em 2002, quando os investidores empurraram o dólar a R$ 4, temendo a vitória do então candidato petista Luiz Inácio Lula da Silva. Naquele período, as intervenções, de US$ 50 milhões, foram chamadas de “rações diárias”. (Com Agência Brasil)