O dólar caiu 3,23% nesta sexta-feira, recuando para o patamar de R$ 2,35. Depois do anúncio do Banco Central de intervir diariamente no câmbio até o fim do ano, a moeda norte-americana registrou a maior queda diária em quase dois anos. O superpacote do BC, que prevê a contenção da disparada da divisa dos Estados Unidos, tem potencial de US$ 60 bilhões de dólares.
Na quarta-feira o dólar chegou ao patamar de R$ 2,45 - a maior cotação desde 9 de dezembro de 2008 - e acumulou queda de 1,78% na semana. No mês, a moeda tem alta de 3,1%, e no ano, a valorização é de 15,1%. A estratégia do Banco Central (BC), de adotar leilões diários no mercado de câmbio para oferecer liquidez ao mercado, funcionou e conseguiu frear o ímpeto dos investidores, que vinham comprando dólares nos últimos dias.
O BC iniciou o programa de leilões de venda de dólares, anunciado ontem para conter alta do dólar. O Banco informou ao mercado que fará leilões de swap cambial, equivalente à venda de dólares no mercado futuro, de segunda a quinta-feira, com oferta de US$ 500 milhões por dia. O primeiro deles foi feito hoje, reforçando a oferta da véspera. Às sextas-feiras, será oferecido ao mercado o crédito de até US$ 1 bilhão, por meio dos leilões de venda com compromisso de recompra. Hoje foi feito o primeiro leilão dessa programação.
A autoridade monetária informou que poderá fazer operações adicionais, se julgar apropriado. O BC não informou, porém, quanto conseguiu vender nos dois dias. Isso só será conhecido quarta-feira, dia em que costuma divulgar o fluxo cambial até o encerramento da semana anterior.
A última vez que o BC havia jogado tão pesado com o mercado foi em 2008, logo depois do estouro da bolha imobiliária norte-americana. À época, as intervenções somaram US$ 50 bilhões. Antes disso, somente em 2002, quando os investidores empurraram o dólar a R$ 4, temendo a vitória do então candidato petista Luiz Inácio Lula da Silva. Naquele período, as intervenções, de US$ 50 milhões, foram chamadas de “rações diárias”.
Bovespa sobe 1,56%
Depois de oscilar entre o campo positivo e negativo durante toda a sexta, o Ibovespa terminou o dia em alta de 1,56%, aos 52.197 pontos. Essa foi a terceira alta consecutiva e a 11ª em 13 pregões. Onze de 71 ações do pregão fecharam o dia com ganhos superiores a 5%. O giro financeiro foi de R$ 7,231 bilhões.
Com agências