A presidente Dilma Rousseff rompeu o silêncio e, primeira vez após a recente disparada do dólar, lembrou que o País tem reservas cambiais que servem como colchão contra a volatilidade da moeda norte-americana. Em entrevista nesta quarta-feira, 28, a rádios de Belo Horizonte, Dilma disse que a valorização não se deve à economia brasileira, mas ao início do desmonte da política de afrouxamento monetário do Banco Central dos Estados Unidos (FED), e afirmou que o governo "tem bala na agulha", em referência às reservas internacionais.
"Aqui (o fim do afrouxamento) não impacta da mesma forma que em outras economias porque temos reservas em dólar e estamos entre os países com o maior volume de reservas do mundo, com um colchão de US$ 372 bilhões. Temos bala na agulha e nossa política é de dólar flexível; você não fica defendendo posição", afirmou a presidente.
Dilma lembrou que o governo entrou no mercado cambial com o anúncio de operações até o final do ano no mercado futuro feito na semana passada, "para atenuar a volatilidade e suavizar as oscilações" e ratificou: "não temos meta para o dólar".
A presidente voltou ainda a repetir que o quadro internacional é de muito baixo crescimento e que, mesmo diante desse cenário, o mercado de trabalho tem uma situação "muito boa" comparado ao que acontece no mundo. "Temos estoque de trabalho elevado e cada vez mais as pessoas precisarão de qualificação".
"Queremos manter o crescimento no Brasil, apesar do quadro internacional", concluiu.
Sobre inflação, Dilma substituiu o discurso no qual se gabava de o indicador de julho ter sido o mais baixo dos últimos anos e afirmou que "a inflação dos alimentos caiu de forma significativa em julho" e que a inflação é cíclica. "Sabemos que a inflação no Brasil é cíclica, com seis meses de tendência alta e seis meses de baixa."