O aumento da taxa básica de juros (Selic) de 8,5% para 9% ao ano estava dentro das expectativas da Confederação Nacional da Indústria (CNI), de acordo com nota divulgada pela entidade tão logo o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) divulgou a decisão, adotada por unanimidade.
A CNI ressalta que o cenário atual, “de contração da liquidez internacional” e de “pressão sobre as moedas dos países emergentes”, justifica a decisão. Acrescenta, também, que no plano doméstico, a inflação acumulada nos últimos 12 meses continua perto do teto de 6,5%, apesar da recente desaceleração do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Para assegurar a desaceleração da inflação, com menor impacto na atividade produtiva, a CNI reitera a necessidade de haver maior sintonia entre as políticas monetária e fiscal, “com controle do ritmo de expansão dos gastos públicos”, associado ao rigor e comprometimento com as metas fiscais. “Só a sincronização dessas políticas reverterá o atual quadro de alta inflação e baixo crescimento econômico", completa o comunicado.
O Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef) de São Paulo também divulgou nota na qual destaca que a elevação da Selic se justifica, porque a inflação segue tendência de alta. Isso, à desvalorização do real, precisa ser complementada com elevação dos juros. Política que o BC pode manter na próxima reunião do Copom (dias 8 e 9 de outubro) “se a conjuntura mundial e a tendência inflacionária assim determinarem”, de acordo com a nota assinada pelo vice-presidente do Ibef de São Paulo, Keyler Carvalho Rocha.