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Estado de Minas

Cadernetas de poupança recuperam rendimento histórico


postado em 29/08/2013 06:00 / atualizado em 29/08/2013 06:49

Os depósitos em caderneta de poupança feitos a partir de hoje já passarão a render pelo menos 0,5% ao mês. A rentabilidade é a mesma que acompanhou a poupança durante mais de 20 anos, e que só havia sido interrompida 15 meses atrás, quando, para liberar o Banco Central (BC) a cortar os juros básicos da economia, o governo decidiu criar um novo cálculo de correção da caderneta.

Pela fórmula antiga, sempre que a taxa Selic caísse abaixo de 8,5% ao ano, o governo acionaria um gatilho condicionando a correção da poupança ao pagamento de 70% da Selic mais a taxa referencial (TR). Como essa taxa quase sempre fica zerada, a rentabilidade paga era de, em média, 0,48% ao mês, contando o período em que os juros básicos ficaram em torno de 8,5% ao ano, entre 10 de julho e 28 de agosto.

Com a alta de juros definida ontem pelo Comitê de Política Monetária (Copom), volta a regra de remuneração de 0,5% ao mês. Parece pouco, mas, para especialistas, a diferença de 0,2 ponto percentual ao mês na correção da poupança servirá para tornar ainda mais atraentes as aplicações na caderneta. “Hoje, sem dúvida, a melhor opção de investimento para o pequeno investidor é a poupança, porque, além de ser isenta de Imposto de Renda (IR), ela é fácil de entender e absolutamente segura na hora de receber”, disse o diretor de gestão de recursos da Ativa Corretora, Arnaldo Curvello.

Mesmo antes de o governo mudar a forma de cálculo da caderneta, em maio de 2012, os depósitos na poupança já vinham superando os saques mês a mês. Em julho, a chamada captação líquida chegou a R$ 9,331 bilhões, o maior resultado já registrado para meses de julho e o segundo melhor desempenho da história, ficando atrás somente do de junho deste ano, quando os depósitos superaram os saques em R$ 9,451 bilhões. Em agosto, até o dia 20, o saldo está positivo em R$ 1,914 bilhão, segundo dados do BC.

Tamanho apetite pela caderneta reflete o baixo interesse do brasileiro por modalidades de investimento menos conservadoras, como fundos de renda fixa. Normalmente, essas aplicações costumam pagar prêmios superiores aos da caderneta. Essa lógica se inverteu, no entanto, a partir do momento em que os juros básicos caíram ao menor patamar histórico, 7,25% ao ano. Como são tributados pelo IR e também cobram taxa de administração dos cotistas, os fundos acabam sendo menos vantajosos que a poupança na maior parte dos casos. (DB)


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