O resultado do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre, divulgado hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que o indicador deve ficar próximo a 2% em 2013. A avaliação foi feita pelo economista e professor aposentado da Universidade de Brasília, Dércio Munhoz. Em sua análise, ele se baseia nos últimos quatro trimestres ante o mesmo período imediatamente anterior, quando o resultado foi 1,9%.
Segundo Munhoz, é preciso cuidado ao usar apenas o resultado do segundo trimestre, pois indicadores econômicos de curto prazo têm validade “muito relativa” e não devem mostrar uma tendência. “Até porque estamos no terceiro trimestre, que tem expectativa de que seja muito fraco, o que poderá puxar o indicador do ano para baixo”, destacou.
Para o economista, quando é utilizado na avaliação do crescimento da economia o período de quatro trimestres anteriores e não o ano civil [365 dias contados a partir de 1º de janeiro] incorpora-se sazonalidades no cálculo. “Precisamos observar que estão sendo incorporados períodos de safra, períodos de Natal etc. Precisamos fazer uma comparação que amorteça questões sazonais. Este, sim, é um bom indicador”, disse Munhoz à Agência Brasil.
“Então, a tendência é de que o PIB deve ficar em 2% em 2013. Evidentemente, poderemos ter surpresas. Mas se você usar esse indicador, que amortece efeitos sazonais, a tendência é 2%, o que é um bom resultado”, acrescentou.
Dércio Munhoz fez, no entanto, uma ressalva: “[é um] bom resultado para uma economia que está com um processo de estagnação histórica. Se observarmos melhor, a economia vem com taxas pós-Plano Real. Ou seja, está funcionando com os problemas estruturais que vieram dos anos 1990.